O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) emitiu uma nota manifestando confiança nos dados sobre o desmatamento no País e afirmando que o trabalho do órgão é embasado em “excelência, transparência e honestidade científica.” Mais cedo, o presidente Jair Bolsonaro e o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, questionaram dados identificados no sistema Deter e divulgados pelo instituto.

Para Bolsonaro, as informações foram divulgadas para prejudicar o governo e a imagem do País no exterior. Salles apresentou números apontando que parte do desmatamento identificado pelo Deter em junho deste ano não ocorreu naquele mês, mas em períodos anteriores, o que teria distorcido a estatística.

“O Inpe reafirma sua confiança na qualidade dos dados produzidos pelo Deter. Os alertas são produzidos seguindo metodologia amplamente divulgada e consistentemente aplicada desde 2004. É amplamente sabido que ela contribuiu para a redução do desmatamento na região amazônica, quando utilizada em conjunto com ações de fiscalização”, diz a nota.

A manifestação afirma ainda que o trabalho do Inpe “sempre foi norteado pelos princípios de excelência, transparência e honestidade científica.” Na coletiva de imprensa, o presidente Bolsonaro defendeu que pessoas responsáveis pelas informações consideradas por ele como exageradas e irresponsáveis sejam até demitidas.

O Deter registrou uma área de desmatamento de 878,71 quilômetros quadrados em junho deste ano e emitiu 3.250 alertas de desmatamento no período. Desse total, equipes do Ibama e do Inpe analisaram 493 quilômetros quadrados, ou seja, 56% da área dos alertas. Números citados por Salles apresentam que o desmatamento de 31% da área analisada, ou seja, de 265 quilômetros quadrados, não ocorreu em junho de 2019, como informado pelo sistema. Ele mostrou exemplos de algumas ocorrências de 2018 que não teriam sido computadas no período adequado.

Na nota, o Inpe alega que o estudo apresentado pelo ministro corrobora a metodologia do Deter, pois os alertas de desmatamento mostrados se tratariam de fato de áreas desmatadas. “Qualquer comparação dos resultados do Deter com resultados de metodologias ou imagens distintas deve ser aprofundada, e requer uma avaliação mais completa”, afirmou o órgão.

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