Em Moçambique, Papa usa Eusébio como exemplo para os jovens

MAPUTO, 05 SET (ANSA) – Em visita a Moçambique, o papa Francisco usou o ex-jogador Eusébio e a ex-velocista Maria Mutola como exemplos para os jovens do país africano não “esquecerem” de suas raízes.   

Ambos os ex-atletas são moçambicanos e se tornaram grandes referências em suas modalidades. No entanto, o Papa lembrou que Eusébio e Mutola viraram estrelas mundiais sem “esquecer o povo e as raízes”, mas continuando “a cuidar de crianças carentes em Moçambique”.   

Eusébio atuou por times de Portugal, Estados Unidos e México, mas virou uma lenda jogando pelo Benfica. O ex-atacante vestiu a camisa dos Encarnados entre 1960 e 1975, tendo conquistado mais de 25 títulos. Entre os principais estão 11 Campeonatos Portugueses e uma Taça dos Campeões Europeus (atual Liga dos Campeões).   

O ex-jogador venceu o prêmio Bola de Ouro em 1965 e liderou Portugal ao terceiro lugar na Copa do Mundo de 1966, na Inglaterra.   

Já Mutola ficou internacionalmente conhecida no atletismo após ter conquistado a medalha de ouro na prova dos 800 metros dos Jogos Olímpicos de Sydney, em 2000. Na mesma modalidade, a moçambicana também foi campeã mundial em três ocasiões (1993, 2001 e 2003). Já em mundiais disputados em pista coberta, a ex-atleta conquistou sete ouros.   

“Gostaria de lhe dizer: não deixe que roubem sua alegria. Como se comprometer com o país? Assim como vocês estão fazendo agora, permanecendo unidos, além de qualquer coisa que possa diferenciá-los, sempre buscando a oportunidade de realizar os sonhos de um país melhor, mas…juntos”, disse Francisco.   

O líder da Igreja Católica também destacou que a inimizade pode destruir uma família, um país e até o mundo. “Quão importante é não esquecer que a inimizade social destrói.   

Uma família é destruída pela inimizade. Um país é destruído pela inimizade. O mundo é destruído pela inimizade. E a maior inimizade é a guerra. Hoje em dia, vemos que o mundo está sendo destruído pela guerra, porque eles não conseguem se sentar e conversar”, lembrou o Papa.   

Moçambique sofreu por 15 anos com uma guerra civil no fim do século 20. O conflito durou de 1977 a 1992 e opôs os guerrilheiros da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) ao governo socialista da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), força política que governa o país desde sua independência, proclamada em 1975.   

O Papa também convidou os jovens a “não excluir os mais velhos”, porque “os idosos são nossas raízes”. Francisco também estimulou aos moçambicanos o desafio de “proteger nosso lar comum”.(ANSA)