Em Minas, Kalil é impiedosamente humilhado por Zema

Coluna: Ricardo Kertzman

Ricardo Kertzman é blogueiro, colunista e contestador por natureza. Reza a lenda que, ao nascer, antes mesmo de chorar, reclamou do hospital, brigou com o obstetra e discutiu com a mãe. Seu temperamento impulsivo só não é maior que seu imenso bom coração.

Em Minas, Kalil é impiedosamente humilhado por Zema

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Foto: Reprodução/YouTube

O Brasil é um celeiro, não apenas de soja, milho, cana e outras commodities agrícolas, mas também de políticos populistas, mentirosos, corruptos, arrogantes, grosseiros – e grotescos – e outros predicados impublicáveis neste espaço por respeito aos gentis leitores que me acompanham.

Jair Bolsonaro, por exemplo, o verdugo do Planalto, é um exemplo crasso. Lula da Silva, o meliante de São Bernardo, então, nem se fala. Ambos são péssimos políticos e seres humanos horrorosos. Mas é o seguinte: em Minas Gerais, terra do Galão da Massa, há um sujeito, senão igual, ainda pior.

Estou falando aqui de Alexandre Kalil, ex-prefeito de Belo Horizonte e ex-prefeito do Clube Atlético Mineiro, o Galão da Massa ali de cima, atual campeão brasileiro e da Copa do Brasil. Tanto na prefeitura de BH como no Galo, Kalil deixou um rastro de, digamos, mal feitos administrativos e econômicos.

No Atlético, empregou parentes e amigos com salários muito acima do mercado, e deixou o Clube numa situação falimentar, sendo provisoriamente salvo pelos chamados 4 Rs, grupo de mecenas que emprestaram (e emprestam!) dinheiro, sem juros, para que o alvinegro de Minas não beije a lona e encontre a Série B como morada – o caso do rival Cruzeiro, que amarga três temporadas seguidas na segunda divisão do futebol nacional.

Na prefeitura da capital mineira, Kalil colecionou enroscos com a Câmara dos Vereadores, onde acabou sendo investigado por uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito), e deixou situações no mínimo suspeitas, como o pagamento de dívidas de suas empresas. Além disso, sua truculência atingiu o ápice durante essa campanha eleitoral, onde ameaçou atirar um repórter pela janela, e processa, por causa de uma matéria verídica, um jornalista.

Ao deixar antecipadamente o cargo na PBH (Prefeitura de Belo Horizonte), desejando abocanhar o governo de Minas, sabe-se lá para fazer o quê, senão destruir o estado como fez o correligionário de Lula da Silva, seu parceiro nestas eleições, Fernando Pimentel, Kalil usou e abusou de toda “malandragem eleitoral” possível, desde a aliança oportunista com o PT, até mentiras e ofensas de fazer corar o devoto da cloroquina (Bolsonaro).

Um filme nacional antigo (1973), “Toda Nudez Será Castigada”, dirigido pelo imortal Arnaldo Jabor, me fez pensar no falastrão e truculento Kalil: toda arrogância será castigada! O “turco” foi espancado eleitoralmente por Zema, que venceu a eleição mineira já no primeiro turno, por acachapantes 56% a 35%, inclusive na capital Belo Horizonte (46% a 42%). Em Belzonte, no ping-pong, chamamos isso de “capote”.

Mas vou além: foi humilhado com requintes de crueldade! Perdeu para o “Chico Bento” em 659 dos 853 municípios do estado. Eu até poderia encerrar dizendo, “que sirva de lição”, mas não perderei meu tempo nem o conselho, pois não irá (servir). Alexandre é o tipo de pau que nasce torto e morre quebrado – não financeiramente, claro, pois a despeito de dever muito dinheiro e não pagar, vai muito bem, obrigado. Tchau, querido!