O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), foi duramente criticado nas redes sociais após dizer, na terça-feira, 14, que o excesso de doações às vítimas das enchentes pode impactar o comércio local. Segundo o último boletim divulgado pela Defesa Civil do estado, 446 municípios foram afetados pelas fortes chuvas e 149 pessoas morreram.

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“Quando você tem um volume tão grande de doações físicas chegando ao Estado, há um receio, pelo que já observamos em outras situações, sobre o impacto que isso terá no comércio local. Quando você tem uma cidade que foi impactada, um comércio local que foi impactado também, o reerguimento desse comércio fica impactado na medida que você tem uma série de itens que estão vindo de outros lugares do país”, disse Leite, em entrevista à “Band News”.

Por meio de uma publicação no X (antigo Twitter), a deputada federal Fernanda Melchionna (PSOL-RS) criticou a declaração do governador: “Nosso povo afetado faz apelo publicamente para que, quem puder, ajude com doações, seja em dinheiro, alimentos e itens necessários. É um absurdo o governador sugerir que doações estão impactando no comércio local. O momento exige socorro a quem perdeu tudo!”.

Governo federal anuncia medidas

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) faz nesta quarta-feira, 15, sua terceira viagem ao estado gaúcho, onde pretende anunciar um voucher de R$ 5 mil para as famílias afetadas pelas inundações, por meio de uma MP (Medida Provisória), para que possam comprar itens domésticos.

No dia 8 de maio, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, informou durante uma coletiva de imprensa que o governo federal dará condições diferenciadas de financiamento de crédito aos produtores e empresários do Rio Grande do Sul que foram prejudicados pelos temporais.

“No desastre passado, nós fizemos com subvenção para aqueles segmentos mais necessitados, microempresas e pequenas empresas e rurais foi dado com subvenção, e vamos manter esse parâmetro”, disse. “Para os pequenos, pequeno rural, pequeno urbano, será dado com subvenção. Para os maiores, será usado modelo de fundo garantidor, porque a gente que com fundo garantidor a gente consegue taxas muito, muito menores do que consegue no mercado, até porque o fundo garantidor é para tirar o risco da operação”, completou.

O ministro ainda ressaltou que deve ser criada uma governança específica para fazer essa diferenciação de financiamento.

*Com informações da Ansa e do Estadão Conteúdo