PEQUIM E ROMA, 10 FEV (ANSA) – No dia em que o número de mortos pelo novo coronavírus subiu para 909, o presidente da China, Xi Jinping, realizou nesta segunda-feira (10) uma visita a hospitais de Pequim. Esta é a primeira aparição pública do mandatário desde que a epidemia começou. Entre suas atividades nesta manhã, ele inspecionou os esforços de trabalhadores comunitários em Pequim para conter o 2019-nCoV, visitou também um centro médico que oferece tratamento a pacientes com o vírus e participou de uma videoconferência com médicos em Wuhan, cidade epicentro do coronavírus. Imagens divulgadas pela emissora CCTV mostraram Xi usando uma máscara de proteção enquanto sua temperatura corporal foi medida e acenando a moradores da região. De acordo com a agência de notícias estatal Xinhua, o objetivo dele é estar na “linha de frente” na luta de Pequim para conter a propagação do coronavírus, além de garantir que todos os suprimentos de necessidades básicas sejam entregues corretamente. O presidente chinês também disse que seu governo vai trabalhar para cumprir suas metas econômicas e sociais para este ano e realizará alguns ajustes para tentar minimizar o impacto do surto, que levou Pequim a prorrogar o feriado do Ano Novo chinês. Hoje (10), no entanto, milhares de pessoas retornaram ao trabalho. A Organização Mundial da Saúde (OMS), por sua vez, anunciou sinais de que a epidemia está em fase de estabilização. Apesar da boa notícia, o direitor-geral Tedros Adhanom Ghebreyesus advertiu que a epidemia pode se estender no exterior atingindo pessoas que nunca estiveram na China. “Registramos alguns casos preocupantes de propagação do #2019nCoV em pessoas sem histórico de viagens à China”, escreveu Tedros no Twitter.
“A detecção de um pequeno número de casos pode indicar uma transmissão mais generalizada em outros países. Em resumo é possível que estejamos observando apenas a ponta do iceberg”, acrescentou.
Tedros ainda explicou que a contenção continua sendo o principal objetivo da OMS, “mas todos os países devem utilizar a janela de oportunidade criada pela estratégia de contenção para se preparar para a possível chegada do vírus”.
Até o momento, fora da China foram registradas mais de 350 infecções em quase 30 países e territórios. Além disso, o diretor da OMS sinalizou que uma equipe de especialistas, liderada por Bruce Aylward, já está a caminho do país asiático. O novo balanço divulgado nesta segunda-feira informa que 909 pessoas morreram por coronavírus e 40.235 casos foram confirmados, segundo a OMS. Pelo menos 3.283 infectados já se recuperaram do vírus. A epidemia forçou o governo a colocar dezenas de cidades em quarentena e adotar medidas restritivas, como a interrupção do transporte público. O segundo hospital feito no país para tratar pacientes contaminados recebeu as primeiras pessoas no último sábado.
As autoridades chinesas começaram a testar em ratos uma primeira vacina possível contra o novo coronavírus, de acordo com a Xinhua, citando fontes do Centro Chinês de Controle e Prevenção de Doenças (CDC).
“Algumas amostras da possível vacina foram injetadas ontem em mais de 100 camundongos”, diz a publicação, lembrando que ainda serão necessárias muitas outras etapas antes que o medicamento esteja pronto para ser usado em seres humanos. Cruzeiro no Japão – O número de pessoas com coronavírus a bordo do cruzeiro japonês “Diamond Princess” subiu para 135, segundo a imprensa local. No total, há 3,7 mil passageiros e tripulantes na embarcação que está atracada no porto de Yokohama, em quarentena. Reino Unido – O governo britânico classificou a epidemia como uma “ameaça grave e iminente para a saúde pública” e anunciou novas medidas de proteção depois que o número de infectados no país dobrou de 4 para 8. “A incidência ou a transmissão do novo coronavírus constitui uma ameaça grave e iminente para a saúde pública”, disse o ministério da Saúde do Reino Unido em um comunicado. (ANSA)