TEERA, 4 JAN (ANSA) – O guia supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, fez um apelo nesta quarta-feira (4) a favor de uma maior participação das mulheres nos vários níveis políticos e de decisão no país, informou a agência estatal Irna.
“Isso é uma coisa importante. Temos que encontrar uma solução para”, declarou Khamenei durante reunião com um grupo de mulheres iranianas por ocasião da celebração do “Dia das Mães” no país.
O religioso acusou ainda “o mundo ocidental moderno” de ser um “defensor hipócrita dos direitos das mulheres” e que “deve ser responsabilizado pela situação das mulheres no Ocidente, uma vez que realmente as prejudicou”.
“As mulheres na sociedade ocidental estão sofrendo”, acrescentou Khamenei.
A declaração é dada no momento em que o país persa vive em convulsão social desde setembro, quando a jovem Mahsa Amini morreu sob custódia da polícia mortal, que a havia detido por suposto uso incorreto do véu islâmico. Desde então, milhares protestam pelos direitos das mulheres.
Para Khamenei, no entanto, o uso do “hijab deve ser observado, porque é uma necessidade religiosa” e faz parte da Sharia [a lei islâmica] e “não há dúvidas sobre obrigação”.
“Durante os recentes confrontos, os inimigos esperavam que as mulheres não usassem hijabs, mas foram espancados”, acrescentou Khamenei, ressaltando que “não é justo que algumas mulheres não utilizem o hijab completo”.
De acordo com o guia supremo, porém, “não devemos dizer que elas são contra a religião ou a Revolução Islâmica”, porque “elas são nossas filhas”. Apesar disso, “devem ser corrigidas”.
“A mulher deve dar prioridade aos seus deveres principais, que são os de esposa e mãe, em relação às atividades sociais. No Ocidente não se envergonham de legalizar questões como a homossexualidade, considerada ‘haram’ (proibida pela fé islâmica)”, concluiu. (ANSA).