O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou novamente ser candidato à reeleição ao Palácio dos Bandeirantes, defendeu a aprovação de uma anistia para pacificar o país e criticou a possibilidade de aprovação de uma eventual proposta de revisão das penas.
“Sou candidato à reeleição em São Paulo como eu tenho dito”, disse Tarcísio após a primeira visita a Jair Bolsonaro depois que o ex-presidente foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal a 27 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado.
O governador, que foi ministro de Bolsonaro, disse que não tratou do futuro político com o ex-presidente.
Conforme mostrou a IstoÉ, Tarcísio de Freitas tem dito a aliados que não pretende ser candidato a presidente em 2026. Saiba mais sobre os motivos.
O ex-presidente está em prisão domiciliar desde o início de agosto por ter voltado a descumprir medidas cautelares impostas pelo STF. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que acompanhou a visita de Tarcísio a seu pai, afirmou que ocorreu uma “visita de amigo”, mas ressaltou que obviamente se falou de política. E deu um recado.
“Independente de como as coisas vão transcorrer daqui para frente, eu, Tarcísio e nós, partidos de centro-direita, vamos estar juntos de qualquer forma em 2026 para recolocar o Brasil nos trilhos a partir de 2027”, defendeu Flávio.
Tarcísio tem sido pressionado por partidos de centro e direita a ser o candidato do grupo à sucessão presidencial, mas tem enfrentado resistências internas como do próprio deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), outro filho do ex-presidente, que mesmo nos Estados Unidos batalhando por sanções contra ministros do STF tenta se viabilizar candidato ao Palácio do Planalto.
Na rápida entrevista, o governador defendeu que apenas a anistia para envolvidos direta e indiretamente nos atos do 8 de janeiro de 2023 levaria o país à pacificação e rechaçou o caminho de se aprovar o chamado projeto da dosimetria, em que se reduziria penas para os condenados.
Na prática, a depender do teor do texto aprovado pelo Congresso, uma anistia poderia até mesmo reabilitar o ex-presidente para concorrer ao Palácio do Planalto no próximo ano.
Flávio Bolsonaro defendeu que não se pode tomar uma decisão sobre quem será o candidato à Presidência da República pelo grupo antes de uma definição dessas discussões pelo Congresso. “Somente após este processo legislativo em todo seu desenrolar final (tomaremos uma decisão), não tem porque antecipar nome de nada”, frisou.
Tarcísio já havia se reunido com Bolsonaro em prisão domiciliar anteriormente, no momento em que articulava fortemente em favor da anistia.