Firmada como uma potência econômico-religiosa, a Igreja Universal do Reino de Deus está atravessando um de seus piores períodos.

Testemunhas ouvidas pela coluna de Ricardo Feltrin, do Splash, UOL, confirmaram a crise na Universal. O ponto inicial da crise é a secessão que aconteceu em Angola, na África, onde os pastores e bispos locais se insurgiram contra os líderes brasileiros. Hoje, os angolanos são os verdadeiros representantes da denominação no país, deixando os brasileiros sem voz ativa.

Em explicação simples, fiéis angolanos levantaram uma “rebelião” por estarem insatisfeitos com o modo em que as coisas estavam sendo conduzidas pelos bispos brasileiros. Eles acusam os brasileiros de usar as igrejas de Angola apenas para arrecadar dinheiro e enviá-lo ao Brasil.

Líderes da Universal no Brasil chegaram a pedir que a Presidência da República intercedesse no assunto. Hamilton Mourão, vice-presidente do Brasil, chegou a visitar o país africano, mas retornou com um fracasso nas mãos.

Conforme apurado por Ricardo, o maior medo dos bispos da Universal é não apenas sofrer um julgamento injusto, mas que a rebelião no país cresça e se espalhe para outros países africanos, como Moçambique, por exemplo.

O território angolano era uma das principais fontes de renda da Universal no mundo e, comenta-se, que parte do dinheiro arrecadado no país sempre foi investido na compra das madrugadas da RecordTV brasileira.

Outro imprevisto também tem provocado a debandada de bispos e pastores. Desde o início da pandemia da Covid-19, quando os salários de bispos e pastores foram cortados, muitos religiosos decidiram sair da Universal. Alguns chegaram até a abrir outra igreja.

Testemunhas entrevistadas pela coluna confirmam que, desde 2018, mais de 3.000 pastores já abandonaram a obra de Edir Macedo. A UniCOM, porta-voz da Universal, chegou a ser procurada para que comentasse o episódio, mas não respondeu à reportagem.