MILÃO, 11 SET (ANSA) – Internado com Covid-19 há uma semana, o ex-primeiro-ministro da Itália Silvio Berlusconi, 83 anos, poderia ter morrido se tivesse sido infectado entre março e abril, no pico da pandemia do novo coronavírus no país.   

Em entrevista à emissora La7 na noite desta quinta-feira (10), o diretor da UTI do Hospital San Raffaele, em Milão, e médico de confiança de Berlusconi, Alberto Zangrillo, afirmou que a carga viral no exame molecular do ex-premiê era “tão elevada” que, entre em março e abril, o resultado da evolução da doença “certamente” teria sido outro.   

Ao ser questionado se o Sars-CoV-2 teria matado Berlusconi, Zangrillo respondeu: “Absolutamente, sim, e ele sabe disso. E não é uma bravata para exagerar, mas sim tentar permanecer fiel à realidade”.   

Diagnosticado em 2 de setembro, o ex-primeiro-ministro foi internado dois dias depois de apresentar uma leve pneumonia bilateral (que afeta os dois pulmões). Berlusconi chegou a dizer a aliados que a Covid-19 é a “pior experiência” de sua vida, mas, segundo o Hospital San Raffaele, seu quadro clínico está evoluindo de maneira favorável.   

“O ponto fundamental no caso de Berlusconi foi entender que ele devia ir ao hospital e que devia ir naquele momento. Dez horas depois teria sido muito tarde porque ele é um paciente de risco”, explicou Zangrillo.   

Março e abril foram o pior momento da pandemia na Itália, que contabiliza 283.180 casos e 35.587 óbitos até o momento. Desses totais, 72,2% dos contágios (204.335) e 78,5% das mortes (27.938) foram registrados naqueles dois meses, segundo o Ministério da Saúde. (ANSA).