O pai do senador das rachadinhas e da mansão de 6 milhões de reais decidiu me citar em sua live semanal. Em tempo: se há algo mais brega, mais mal produzido, mais vil, mais baixo nível e mais semelhante aos vídeos de ditadores e terroristas mundo afora, eu desconheço. À mesa, sempre três participantes, e o devoto da cloroquina ao centro. Não sei se inspirado em Castro, Chávez ou Bin Laden (que o capeta os tenha!) pois inequivocamente parecido.

Semana passada, em um artigo claramente irônico e provocativo, afirmei que o marido da receptora de 90 mil reais em cheques de milicianos deveria ser brocha e ‘gay passivo’. No texto, comentei a fixação do maníaco do tratamento precoce por homossexuais e disfunção erétil, e o critiquei por conta das piadinhas infantis e preconceituosas a respeito. E mais: disse que a psicologia explicaria muito bem o seu tipo de enrustimento e autopromoção sexuais.

Mas Bolsonaro e o bolsonarismo estão para as artes, cultura, música, cinema e literatura como Lula e o lulopetismo estão para a modernidade e probidade. Aliás, ambos os líderes destes movimentos siameses de destruição em massa possuem outra característica em comum: a falta de proficiência na língua pátria. O verdugo, por exemplo, atinge o nível “estoquista de vento” quando tenta pensar e falar algo que excede a faixa etária de sua filha mais nova.

O ex-terrorista em potencial e capitão reformado, bem como a malta fanática que o segue e emporcalha as redes sociais, liderada pelo filho igualmente portador de comportamentos sociopatas, Carlos Bolsonaro, não são capazes de compreender mais do que 200 ou 300 vocábulos nacionais. Um título ou manchete bastam para os dois únicos neurônios – Tico e Teco – se comportarem como prótons, nêutrons e elétrons à beira de uma fissão nuclear.

No artigo em questão, se Magda, personagem da genial Marisa Orth (coisa linda!), do “Sai de Baixo”, da Rede Globo (1996 a 2002), e nossa saudadora de mandioca discutissem o título, chegariam à mesma conclusão que chegaram Jair Bolsonaro e sua horda de iletrados. Porém, em que pese a fama de ambas, se debruçassem com afinco sobre o texto, tenho certeza que elas seriam capazes de interpretá-lo de forma correta e bastante adequada

Tenho sérias dúvidas a respeito de a interpretação do ignóbil ter sido apenas fruto de sua precariedade intelectual e notório analfabetismo funcional, pois já no dia da publicação, aqui e ali, eu recebi “elogios” da bolsolândia neste sentido. O primeiro veio do indefectível Carluxo, especialista em transformar joio em trigo aos olhos da manada. Não seria surpresa, portanto, ter sido fruto de má fé mesmo, pura e simples, tão comum ao clã amigo de milicianos.

Não, Bolsonaro. Não acho que ser gay seja um crime. Muito pelo contrário. É um comportamento afetivo-sexual tão normal quanto o de heterossexuais, bissexuais e qualquer outra “tribo” que ama e permite ser amada íntima e consensualmente. Como provo que penso assim? Todos os meus textos a respeito provam por mim. Além de todos os meus amigos, gays ou não. Já o mesmo não pode afirmar você, um homofóbico cretino e preconceituoso contumaz.

Aliás, nesta mesma quinta-feira (20), ao babar os ovos do Ciro Nogueira, chefão do PP (Partido do Petrolão) denunciado na Lava Jato, você voltou a corroborar minha tese – outrora irônica – a respeito da sua vocação reprimida: “Ele não está apaixonado por mim, não, mas ele está me namorando. Ele quer que eu retorne ao PP. Quem sabe? Se ele for bom de papo, quem sabe a gente volte pra lá? Não tô me fazendo de difícil, não. É um grande partido”.

Viu? Você está sempre transitando metaforicamente por essa linha tênue entre a repressão e aceitação homossexual. Sem falar, é claro, na imoralidade de chamar o PP de “grande partido”. Aquela musiquinha boba, Rap do Marcelinho, da Banda Rosa Choque, me parece sob medida para seu caso: “Liberta a fantasia, não viva disfarçado. Assuma cada dia, vem jogar do nosso lado: Tu é gay! Tu é gay que eu sei!”. Afinal, como você mesmo confessou, é tudo uma questão de “bom papo”.