Nos vinte minutos em que participou de transmissão ao vivo no Facebook nesta quinta-feira, 13, o presidente Jair Bolsonaro não comentou sobre a demissão do general Carlos Alberto dos Santos Cruz da Secretaria de Governo. Bolsonaro participou da ‘live’ ao lado do deputado federal Marco Feliciano (Pode-SP), crítico do agora ex-ministro. O presidente da Caixa, Pedro Duarte Guimarães, também participou da transmissão.

Nesta quinta-feira, pouco antes de a ‘live’ começar, Feliciano escreveu no Twitter que a demissão de Santos Cruz foi uma “decisão pessoal” do presidente “no sentido de manter o alinhamento do governo”. “Pois o governo é um todo, e todos devem estar alinhados, na mesma direção. Santos Cruz deu a sua contribuição, mas agora foi para a reserva”, escreveu o deputado.

O ministro foi demitido pelo presidente nesta quinta-feira, após almoço com Bolsonaro, general Augusto Heleno, chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), e Fernando Azevedo e Silva, ministro da Defesa. O general do Exército Luiz Eduardo Ramos Baptista Pereira assumirá a pasta.

O general Augusto Heleno disse que a demissão de Santos Cruz foi resultado de “um conjunto de coisas que acontecem”. De acordo com ele, não houve briga entre o presidente e Santos Cruz. “Não teve briga, não teve nada. Continua amor, são amigos de 40 anos, continuam a ser amigos”, disse. Em nota, o porta-voz da Presidência da República, Otávio Rêgo Barros, reforçou o que Heleno havia dito, complementando que a demissão “não afeta a amizade, a admiração e o respeito mútuo” entre Bolsonaro e Santos Cruz.

‘Live’

Durante a transmissão ao vivo direto de Belém (PA), onde cumpre agenda, Bolsonaro comentou sobre a dificuldade de o governo conseguir aprovar o decreto de armas no Congresso. “Ontem, no Senado, na CCJ, por 15 a 9 votaram para derrubar os dois decretos nossos, da posse e da porte. Se aprovasse um projeto nesse sentido, a Polícia Civil e a Polícia Militar fariam seu trabalho com absoluta tranquilidade.”

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Ao lado de Bolsonaro, Feliciano defendeu o decreto: “Sou evangélico, sou pastor e eu apoio o decreto das armas, porque eu acho que o cidadão tem de ter condição de defender seu patrimônio”.

“Dentro do perímetro da casa, aquele lugar é inviolável”, defendeu Feliciano. “Se você atirar em alguém que entrou na sua casa, der um, dois ou 15 tiros nele, se ele morrer ou não você não tem nada a ver com isso”, disse Bolsonaro, ao explicar o excludente de ilicitude.

“A mídia de hoje estava dizendo que sofri uma tripla derrota no dia de ontem (ao citar, entre outras coisas, a derrota na CCJ). Quem está perdendo não sou eu, não, eu tenho porte de arma porque sou capitão do Exército. Quem está perdendo é o povo, que quer arma.”

O presidente também criticou os empréstimos feitos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) durante os governos petistas. “O BNDES emprestou para amigos e emprestou para países comunistas, como Venezuela, Cuba, Angola, Argentina”, disse. “Somando, dá meio trilhão de reais. É dinheiro que duvido que se recupere 10% disso.”


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