TEL AVIV, 12 JAN (ANSA) – Por Massimo Lomonaco – “Os atos de genocídio foram cometidos pelo Hamas contra Israel, e não o contrário”.
Durante a defesa perante os juízes da Corte Internacional de Justiça (CIJ), principal órgão judiciário da Organização das Nações Unidas (ONU), Israel respondeu às acusações da África do Sul afirmando que “não apresentaram nenhuma prova” dos supostos atos de genocídio na Faixa de Gaza, mas sim “evidências de uma guerra defensiva moral como nenhuma outra”.
Enquanto seis países da América Latina apoiaram a posição sul-africana no segundo dia de audiência, a equipe de defesa de Israel, liderada pelo conselheiro jurídico do Ministério das Relações Exteriores Tal Becker, alertou os juízes de que os representantes de Pretória apresentaram “um quadro factual e jurídico profundamente distorcido”.
Becker afirmou que o caso inteiro se baseia em uma descrição deliberadamente descontextualizada e manipuladora da realidade dos conflitos atuais.
Ele destacou o “massacre, mutilações, estupros e sequestros em larga escala” cometidos pelo Hamas em 7 de outubro, argumentando que “se houve atos de genocídio, foram perpetrados contra Israel”.
Becker apresentou à Corte a gravação desse dia em um kibbutz israelense, onde um terrorista do Hamas se vangloriou de ter matado judeus.
Além disso, mostrou uma entrevista em que um funcionário do Hamas, Ghazi Hamad, jurou que o ataque de 7 de outubro era apenas o início até que o país fosse “aniquilado”.
Israel também contestou a acusação de atingir deliberadamente a população civil em Gaza, alegando que o Hamas incorporou sua estrutura militar de maneira sistemática e ilegal em escolas, mesquitas, hospitais e outros locais sensíveis.
Em sua conclusão, a defesa de Israel afirmou que a África do Sul “contou apenas metade da história”, omitindo o ataque do Hamas a Israel, e alertou sobre o uso indiscriminado do termo genocídio.
O ministro das Relações Exteriores, Israel Katz, chamou a acusação sul-africana de “libelo” (injúria) e expressou o desejo de que o Tribunal a rejeite.
Ele também criticou o presidente turco Erdogan por atacar o primeiro-ministro Netanyahu, lembrando o genocídio armênio e as atrocidades contra os curdos.
Vários países da América Latina apoiaram a iniciativa sul-africana na Corte Internacional de Justiça, enquanto o Escritório de Direitos Humanos da ONU afirmou que Israel repetidamente desrespeitou o direito humanitário internacional em sua ofensiva em Gaza.
Em relação à guerra, Israel anunciou a distribuição de medicamentos aos reféns mantidos pelo Hamas em Gaza, com base em um acordo mediado pelo Catar. (ANSA).