Com reforços de peso como Arrascaeta, Gabriel Barbosa e Bruno Henrique, que deixaram o time que já tinha Diego e Everton Ribeiro com um poder de fogo invejável, o Flamengo naturalmente despontou como principal favorito a conquistar esta edição do Campeonato Carioca. O time rubro-negro, porém, conviveu na semana passada com a maior tragédia da história do clube, com a morte de dez jogadores de sua base em um incêndio no Ninho do Urubu.

E, com seus jogadores ainda abalados, acabou sendo eliminado na última quinta-feira pelo Fluminense na semifinal da Taça Guanabara, cuja decisão do título será entre o time tricolor e o Vasco, neste domingo, às 17 horas, no Maracanã.

No fim das contas, apesar do favoritismo rubro-negro, os dois finalistas avançaram com méritos de sobra. Com seis vitórias em seis jogos, a equipe vascaína ainda é a única com 100% de aproveitamento no Estadual, enquanto o Flu chega ao clássico decisivo deste domingo como dono do melhor ataque do torneio, com 13 gols, um a mais do que os 12 marcados pelo time comandado por Alberto Valentim e também pelos flamenguistas.

Invicto e 100%, o Vasco ainda vai colocar à prova a sua solidez defensiva, pois tomou apenas dois gols até aqui em sua campanha. O time tricolor também foi bem no setor, pois só foi vazado três vezes. Em uma delas, na rodada final da fase de grupos da primeira fase, os vascaínos impuseram à equipe dirigida por Fernando Diniz a sua única derrota neste Carioca.

Contra o Flu, o time vascaíno reencontrará uma equipe cujo estilo de jogo prioriza a manutenção da posse de bola e a troca de passes constante, o que se tornou uma marca das equipes comandadas por Diniz desde quando ele levou o surpreendente Audax à final do Campeonato Paulista, em 2016. Ao comentar o fato, Valentim disse que vê o seu time e o rival deste domingo em uma evolução constante neste início de temporada.

“Os jogadores estão pegando mais o que o treinador quer. Ocorre a mesma coisa conosco. Estamos num processo de melhora. As coisas vão acontecer naturalmente, principalmente se tratando de uma forma de jogar que depende dos treinamentos. Por isso a gente ouve os jogadores elogiando muito o Fernando (Diniz). Tudo é fruto do trabalho que eles estão desenvolvendo no dia a dia”, analisou o comandante.

Pelo lado tricolor, o treinador admite que a forma de jogar que é implementada por ele obriga a sua equipe a correr riscos, principalmente na defesa, pois as trocas rápidas de passes de pé em pé já começam com o goleiro Rodolfo na saída de bola. Mas, depois de o Flu eliminar o Flamengo sem levar gols e com uma vitória por 1 a 0, Diniz deixou claro que não vai mudar a postura de sua equipe na decisão deste domingo.

“Quando o resultado vem, os comentários são positivos, mas se perde você é criticado. Tenho convicção bastante forte e assumo o risco, mas temos a cabeça no lugar. Gosto de correr riscos, foi conversado no intervalo (do Fla-Flu) que tentaríamos procurar a vitória e fomos coroados, foi mérito e fruto do trabalho, de acreditar, da coragem de executar em campo”, enfatizou o técnico tricolor.