O jovem velejador Alex Di Francesco Kuhl se tornou o primeiro brasileiro a ser campeão mundial da classe Optimist. O título foi conquistado nesta sexta-feira, no Lago di Garda, na Itália, no evento que reuniu mais de 250 velejadores de até 15 anos. O atleta venceu a competição com 54 pontos, garantindo a medalha de ouro. A medalha de prata ficou com o norte-americano Gil Hackel (59 pontos perdidos) e o bronze com o italiano Alex Demurtas (79).

O time brasileiro contou ainda com Lucas Freitas (9º), Douglas Said (33º), Luiz Felipe Giagio (56º) e Eduardo Zeitone (79º). Os treinadores dos velejadores brasileiros foram Ricardo Paranhos e Rodrigo Amado. Na disputa de melhor país, o Brasil ficou na terceira colocação.

Alex Kuhl ganhou três de dez regatas disputadas no Lago di Garda e se manteve no top 15 em praticamente todas elas. O atleta recebeu o troféu das mãos do campeão olímpico, Robert Scheidt.

– Uma emoção incrível ganhar o Campeonato Mundial, tão longe de casa, no meu último ano de atividade na Classe Optimist. Foi um campeonato maravilhoso, quero dar os parabéns a todos os meus adversários com quem os desafios têm sido fantásticos – comentou Alex.

– O Brasil sempre foi uma potência na vela, faltava esse título, chegamos algumas vezes próximo sempre com grandes equipes na classe Optimist, mas dessa vez chegou e chegou da melhor maneira possível. Chegou com um atleta que veio de um projeto social mostrando que a vela é uma ferramenta de inserção, ela é para todo mundo e esse jovem de grande talento, Alex Kuhl, ganhou esse título para o Brasil – comentou o presidente da CBVela, Marco Aurélio Sá Ribeiro.

Alex Kuhl foi duas vezes vice-campeão brasileiro da categoria. O velejador é formado no núcleo social, que teve origem no Projeto Navegar, e posteriormente integrou o Projeto Navega São Paulo de Ilhabela, litoral de São Paulo (SP). Alex desenvolveu suas habilidades na Escola Municipal de Vela da Ilhabela Lars Grael.

– Isso é resultado de um trabalho consistente da classe optimist, dos clubes, dos projetos sociais, da prefeitura de Ilhabela, dos vários técnicos envolvidos, principalmente o Alexandre Paradeda, que levaram esse jovem velejador a vitória, e com certeza esse será o primeiro de muitos títulos que esse jovem irá ganhar – completou Marco Sá Ribeiro.

– Parabéns ao Alex e a todos que construíram esse momento histórico. Tenho noção do sentimento que ele tem hoje, de cair a ficha e perceber que fez história na vela brasileira. E que ele siga brilhando e firme de glória na vela – disse Lars Grael

O Optimist é a porta de entrada da vela no mundo, tendo sido a base da maior parte dos campeões olímpicos e mundiais, como os campeões olímpicos e mundiais Robert Scheidt, Martine Grael e Kahena Kunze.

O Campeonato Mundial de 2021 foi realizado no Lago de Garda, onde mora e treina o bicampeão olímpico Robert Scheidt. O filho do velejador, que está a caminho do Japão, também participou só que defendendo a Lituânia.

Os velejadores que chegaram hoje para os Jogos Olímpicos de Tóquio assistiram à vitória de alemão (como Alex é conhecido na vela) no ônibus da delegação.

– Estou muito contente pela conquista do Alex, na comemoração a gente só chorava ao telefone. Uma conquista de muito trabalho e dedicação, ele treinou muito para isso. A evolução técnica nos últimos dois anos dele é muito grande – disse Alessandra Kuhl, mãe do velejador.

O atleta volta semana que vem ao Brasil e deve comemorar a conquista competindo a Semana Internacional de Vela de Ilhabela, que acontece entre os dias 24 e 31 de julho.