Representantes da Rede, partido da ex-ministra Marina Silva, participaram nesta quinta-feira, 28, em São Paulo, pela primeira vez de um ato político do movimento polo democrático e reformista, que tenta unir os partidos do centro em torno de uma candidatura única já no primeiro turno da eleição presidencial.

Apesar do gesto, o coordenador do programa de governo da Rede, João Paulo Capobianco, descartou a possibilidade de Marina abrir mão da disputa em nome da unidade.

“Marina é candidata. Esse processo é irreversível. Não viemos aqui fazer arranjos eleitorais”, disse o dirigente aos jornalistas.

Ao lado de lideranças do PPS, PSD, PSDB, PV, Rede e Podemos, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse em seu discurso que é preciso “fulanizar” o debate.

O tucano evitou, porém, defender o nome do ex-governador Geraldo Alckmin, pré-candidato do PSDB à Presidência.

“Em política a ideia só vale quando se fulaniza. Na academia vários podem ser donos de uma ideia, mas na política a ideia precisa ser transubstanciada em líderes”, disse FHC.

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Na saída do evento, o ex-presidente foi questionado sobre qual seria o nome mais competitivo do centro para representar o grupo na eleição.

“É preciso ver não só a pessoa, mas as condições políticas que essa pessoa tem. Não adianta querer ou não, tem que acontecer. Eu tenho um candidato. Todo mundo sabe. Espero que ele seja capaz disso”, afirmou.

Ainda segundo FHC, as pesquisas de intenção de voto não serão determinantes, mas apenas “um indicativo” no processo de busca de um palanque único.

Na pesquisa Ibope/CNI divulgada hoje, Alckmin apareceu com 6% no cenário sem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Marina Silva recebeu 13% das intenções de voto, contra 17% de Jair Bolsonaro (PSL-RJ).

“Todos têm que admitir que podem não ter a capacidade de unir, mas precisam crer que são capazes”, disse o ex-presidente, sobre a possibilidade de os adversários abrirem mão.

Na mesma linha de FHC, o presidente do PPS, Roberto Freire, disse que a “inércia tem que ser quebrada”. “Existem candidatos do PSDB, Rede e Podemos, mas nenhum deles pode ser empecilho para a unidade”, afirmou o dirigente.

Representando o PV, o ex-deputado Eduardo Jorge, que disputou o Palácio do Planalto em 2014, fez o discurso mais enfático. “Tem gente que pensa que, durante a campanha, a matemática está revogada. As pesquisas não mudam desde novembro e tenho convicção de que não vão mudar. Nós temos a direita com 20%, Lula com 30% e Ciro, que é força auxiliar do Lula, tem 10%. A situação é dramática. Não acredito que isso vai mudar durante a campanha.”


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