O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) se referiu a uma possível tentativa de golpe na reta final do governo do pai como um “crime impossível” e “sem lógica”.

“Se eu quiser te vender um terreno na lua agora, você vai aceitar? Não. Por quê? Porque é um crime impossível. Quando é um crime impossível, não há crime”, declarou o filho do ex-presidente. A declaração foi feita durante entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura.

Ainda durante a entrevista, o senador rejeitou a possibilidade de Jair Bolsonaro pleitear asilo no exterior após o confisco de seu passaporte pela Polícia Federal. Em fevereiro, o ex-presidente ficou duas noites hospedado na Embaixada da Hungria, quatro dias após ter perdido o acesso ao documento e ficar impossibilitado de sair do país.

O parlamentar, no entanto, disse não ter conhecimento sobre o que o pai teria ido fazer na Embaixada da Hungria porque “ele não abre (os detalhes) para ninguém”.

Flávio Bolsonaro disse não acreditar na possibilidade do seu pai. Segundo o parlamentar, “em situações normais” não teria motivo para o ex-chefe do Executivo ser investigado. “Não acredito. Em situações normais, não teria nem motivo para ele ser investigado. As razões que levaram à inelegibilidade dele, por exemplo, são esdrúxulas”, disse o senador.

Para Flávio, o pai está sendo perseguido. “A percepção da população é de que está havendo uma perseguição e a consequência óbvia disso é o que está acontecendo agora: onde Bolsonaro vai, ele é recebido como se fosse o Brasil retornando da Copa do Mundo de 2022”, afirmou.

O fillho “01” do ex-presidente fez críticas ao TSE em relação à eleição presidencial de 2022, dizendo que o Tribunal Superior Eleitoral foi parcial e teria favorecido o então candidato Lula (PT).

“A gente foi censurado de falar muitas verdades sobre o Lula na propaganda eleitoral no rádio e na televisão. Não pode falar que o Lula é ex-presidiário, não pode falar que o governo do PT fez o que fez com a Petrobras, a gente não podia falar que o Lula tinha proximidade com ditadores”, reclamou.

Parlamentar desde 2002, quando se elegeu pela primeira vez como deputado estadual, todas pela urna eletrônica, Flávio pontuou que há grande desconfiança dos brasileiros. “Enquanto o TSE não colocar umas camadas a mais de segurança e transparência, sempre vai ter gente desconfiando das urnas”.