11/11/2024 - 0:13
Em entrevista realizada por Roberto Cabrini antes da morte do empresário Antonio Vinicius Lopes Gritzbach, o delator do PCC (Primeiro Comando da Capital) disse que tinha medo de ser assassinado. “Eu temo [pela] minha vida”, disse em entrevista divulgada neste domingo, dia 10, pelo Domingo Espetacular.
O empresário foi morto na última sexta-feira, dia 8, no Aeroporto de Guarulhos, mas sabia que era um homem marcado para morrer. Ele já tinha escapado de duas emboscadas e queria que os responsáveis fossem punidos. “Se eu tivesse morrido não ia chegar à pessoa que me mantou. Não há esse empenho nas investigações. Não há um desfecho quando eu vou lá e eu falo que fui sequestrado, que eu sofri um atentado. Será que mais pessoas passam por essa injustiça?”, questionou.
Gritzbach estava no centro de uma das maiores investigações feitas até hoje sobre a lavagem de dinheiro do PCC em São Paulo, envolvendo os negócios da facção paulista na região do Tatuapé, na zona leste da capital. Sua trajetória está associada à chegada do dinheiro do tráfico internacional de drogas à facção.
O empresário fechou acordo de delação premiada, homologado pela Justiça em abril. As negociações com o Ministério Público Estadual duravam dois anos e ele já havia prestado seis depoimentos.
Na delação, falou sobre envolvimento do PCC, a maior organização criminosa do País, com o futebol e o mercado imobiliário. Entre os bandidos, dizia-se que havia um prêmio de R$ 3 milhões pela cabeça do delator.