Em encontro com Fux, ministro da Defesa diz que Forças Armadas estão comprometidas com democracia

Em encontro com Fux, ministro da Defesa diz que Forças Armadas estão comprometidas com democracia

Por Maria Carolina Marcello

BRASÍLIA (Reuters) – O ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, afirmou nesta terça-feira, em encontro com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, que as Forças Armadas têm o compromisso com a democracia do país e irão atuar pela normalidade das eleições de outubro, informou a assessoria de imprensa da corte.

A conversa entre Fux e Oliveira, a primeira desde que o general assumiu a Defesa, ocorre em meio ao acirramento da crise entre Poderes da República, a ameaças a instituições e a tensões em torno das eleições gerais de outubro. Em um dos episódios de mal-estar entre militares e o tribunal, o Ministério da Defesa classificou de “irresponsável” declaração do ministro do Supremo e ex-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Luís Roberto Barroso de que as Forças Armadas estariam sendo orientadas a atacar o sistema eleitoral.

“Durante o encontro, o Ministro da Defesa afirmou que as Forças Armadas estão comprometidas com a democracia brasileira e que os militares atuarão, no âmbito de suas competências, para que o processo eleitoral transcorra normalmente e sem incidentes”, diz nota do STF.

“Por sua vez, o presidente do STF ressaltou que a Suprema Corte brasileira preza pela harmonia entre os Poderes e pelo respeito entre as instituições”, segue o documento preparado pela assessoria do STF.

Ainda de acordo com a nota, a audiência desta terça entre o ministro da Defesa e o presidente do STF “foi pedida pelo general em deferência ao chefe do Poder Judiciário” antes de reunião prevista com o presidente do TSE, Edson Fachin.

Mais cedo, Fux reuniu-se com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Após o encontro, o senador afirmou que as instituições têm o dever de dialogar para garantir as eleições e o ambiente democrático.

Alertou ainda que deve-se evitar uma contaminação do clima pela proximidade das eleições, de forma a evitar o que considera “anomalias”, citando ataques a instituições e à democracia, como os ocorridos no último domingo em manifestações de partidários do presidente Jair Bolsonaro.

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