O ministro decano do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes, marcou presença no quinto e decisivo dia de julgamento da trama golpista na Primeira Turma da Corte. Ele é o primeiro ministro fora do colegiado a comparecer às audiências.
Com a mão no queixo por boa parte do tempo, Gilmar acompanhou a abertura do voto da ministra Cármen Lúcia da primeira fileira do plenário. Em diversos momentos, conversou com um assessor e deixou a sessão cerca de 30 minutos depois, retornando mais tarde.
O julgamento desta quinta-feira, 11, pode selar o destino do ex-presidente Jair Bolsonaro para a condenação, ou não, por tentativa de golpe de Estado. O placar do julgamento está em 2 a 1 para a condenação do ex-presidente. Ainda faltam votar a ministra Cármen Lúcia e o presidente da Primeira Turma, ministro Cristiano Zanin.
Antes, votaram os ministros Alexandre de Moraes e Flávio Dino, que entenderam haver provas robustas de que Bolsonaro e os outros sete réus articularam o plano golpista. Dino apenas divergiu e defendeu penas menores para Alexandre Ramagem (deputado federal), Augusto Heleno (ex-GSI) e Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa).
O ministro Luiz Fux divergiu totalmente da condenação, absolvendo Bolsonaro e mais cinco réus por falta de provas. Fux, no entanto, votou pela condenação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do Planalto, e Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil, apenas pelo crime de tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
A tendência é que Cármen e Zanin votem pela condenação do ex-presidente pelos cinco crimes, que somados podem atingir 43 anos de prisão. A dosimetria da pena será votada apenas nesta sexta-feira, 12. As defesas dos réus avaliam uma sentença entre 25 e 30 anos para o ex-presidente, enquanto outros réus devem pegar menos de 20 anos de reclusão.