Em dia decisivo, Gilmar Mendes assiste voto do plenário em julgamento de Bolsonaro

Decano é primeiro ministro da Segunda Turma a acompanhar o julgamento; Cármen Lúcia vota e pode decretar condenação do ex-presidente

Gilmar Mendes, ministro do STF, acompanha julgamento da trama golpista no plenário da Primeira Turma
Gilmar Mendes, ministro do STF, acompanha julgamento da trama golpista no plenário da Primeira Turma Foto: Gustavo Moreno/STF

O ministro decano do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes, marcou presença no quinto e decisivo dia de julgamento da trama golpista na Primeira Turma da Corte. Ele é o primeiro ministro fora do colegiado a comparecer às audiências.

Com a mão no queixo por boa parte do tempo, Gilmar acompanhou a abertura do voto da ministra Cármen Lúcia da primeira fileira do plenário. Em diversos momentos, conversou com um assessor e deixou a sessão cerca de 30 minutos depois, retornando mais tarde.

O julgamento desta quinta-feira, 11, pode selar o destino do ex-presidente Jair Bolsonaro para a condenação, ou não, por tentativa de golpe de Estado. O placar do julgamento está em 2 a 1 para a condenação do ex-presidente. Ainda faltam votar a ministra Cármen Lúcia e o presidente da Primeira Turma, ministro Cristiano Zanin.

Antes, votaram os ministros Alexandre de Moraes e Flávio Dino, que entenderam haver provas robustas de que Bolsonaro e os outros sete réus articularam o plano golpista. Dino apenas divergiu e defendeu penas menores para Alexandre Ramagem (deputado federal), Augusto Heleno (ex-GSI) e Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa).

O ministro Luiz Fux divergiu totalmente da condenação, absolvendo Bolsonaro e mais cinco réus por falta de provas. Fux, no entanto, votou pela condenação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do Planalto, e Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil, apenas pelo crime de tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

A tendência é que Cármen e Zanin votem pela condenação do ex-presidente pelos cinco crimes, que somados podem atingir 43 anos de prisão. A dosimetria da pena será votada apenas nesta sexta-feira, 12. As defesas dos réus avaliam uma sentença entre 25 e 30 anos para o ex-presidente, enquanto outros réus devem pegar menos de 20 anos de reclusão.