As bolsas europeias operam com volatilidade nos negócios da manhã, enquanto os investidores acompanham balanços corporativos e aguardam a decisão de política monetária do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês). Contribui para a falta de direção na Europa o fato de o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) não ter dado sinais claros de quando pretende voltar a elevar juros e incertezas geradas por políticas e comentários do presidente norte-americano, Donald Trump.

A Royal Dutch Shell divulgou queda anual de 44% no lucro do quarto trimestre, a US$ 1,03 bilhão, mas também anunciou um salto de quase 70% no fluxo de caixa, a US$ 9,2 bilhões, suficiente para cobrir o pagamento de dividendos do período. No mercado inglês, os papéis da petrolífera anglo-holandesa subiam cerca de 1,8%.

Já o Deutsche Bank teve prejuízo maior do que o esperado entre outubro e dezembro, de 1,9 bilhão de euros, em função de despesas com litígios, e sua ação despencava mais de 5% no pregão de Frankfurt.

O BoE, por sua vez, anuncia decisão de política monetária às 10h (de Brasília), mas não há expectativa de novas medidas de estímulos, visto que a economia do Reino Unido tem apresentado desempenho melhor do que o esperado, apesar de estar se preparando para começar negociações para sua saída da União Europeia, num processo conhecido como “Brexit”. Mais tarde, o governo britânico deverá apresentar o chamado Livro Branco, documento com detalhes de seus planos para dar início ao Brexit.

Como se previa, o Fed decidiu ontem manter seus juros básicos nos níveis atuais, mas não deu qualquer sinalização de quando poderá retomar o aperto monetário. Em dezembro, o Fed elevou juros pela primeira vez em 13 meses.

Além disso, continuam no radar as políticas e falas controversas de Trump. Em tuíte publicado nesta madrugada, o republicano sugeriu que poderá não cumprir um acordo com a Austrália para receber 1.250 refugiados. O acordo havia sido fechado por seu antecessor, Barack Obama.

Ainda nesta manhã, está previsto um discurso do presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, às 10h15 (de Brasília), na Eslovênia. Dados publicados mais cedo mostraram que a taxa anual de inflação ao produtor da zona do euro atingiu 1,6% em dezembro, o maior nível desde janeiro de 2013.

Às 8h58 (de Brasília), o viés na Europa era majoritariamente positivo. A Bolsa de Londres subia 0,36%, enquanto a de Paris avançava 0,11% e a de Frankfurt caía 0,20%. Entre mercados considerados periféricos, Madri, Milão e Lisboa tinham altas de 0,42%, 1,15% e 0,47%, respectivamente. No câmbio, o euro se fortalecia, a US$ 1,0809, mas a libra esterlina recuava, a US$ 1,2650. Com informações da Dow Jones Newswires.