Em dia de atos pela democracia, Fachin divulga mensagem em defesa das eleições

Em dia de atos pela democracia, Fachin divulga mensagem em defesa das eleições

Por Maria Carolina Marcello

BRASÍLIA (Reuters) – O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Edson Fachin divulgou mensagem em defesa da ordem constitucional, contra informações infundadas que tenham o objetivo de desestabilizar as eleições e pedindo uma “vigilância ativa e perseverante” por parte de todos.

A mensagem do ministro, que deve passar o cargo na próxima terça-feira ao colega Alexandre de Moraes, prega uma rejeição explícita ao que chamou de flertes com o retrocesso e práticas desinformativas, uma referência, ainda que indireta, aos ataques que o presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) tem proferido, sem apresentar provas, contra a confiabilidade das urnas eletrônicas.

“Cumpre, nesse passo, reavivar a cidadania e reafirmar o compromisso democrático, evidenciando, com energia, os prejuízos sociais ocasionados por narrativas falsas que poluem o espaço cívico e semeiam o conflito, drenando a tolerância, espargindo insegurança e, desse modo, minando a estabilidade política e o clima de normalidade das eleições nacionais”, diz a mensagem, divulgada no mesmo dia em que atos em todo o país mobilizam desde representantes dos setores produtivo e financeiro, até sindicatos e movimentos sociais pelo respeito ao sistema eleitoral e à democracia.

“É necessário levar a Constituição a sério, defender, obstinadamente, a posição soberana –e sagrada– da cidadania. Defender as eleições é preservar o cerne vital da agenda democrática, que, acima das cisões ideológicas, alinha, harmonicamente, os interesses de uma gente que almeja e merece buscar a prosperidade em uma comunidade pacífica, civilizada e livre”, defende o presidente do TSE, na mensagem.

Fachin rebate ainda um dos principais pontos colocados em dúvida, sem fundamento, por Bolsonaro e seus apoiadores: o da possibilidade de fraude nas eleições.

O magistrado afirma na carta que “a inexistência de fraudes é um dado observável, facilmente constatado a partir da aplicação de procedimentos de conferência previstos em lei”.

Argumenta, ainda, que há ferramentas tecnológicas e jurídicas para a solução de dúvidas, e afirma não haver “razões lógicas, éticas ou legais para que se defenda, com malabarismos argumentativos, a falência do Estado constitucional, com a destituição, pela força bruta, do controle eleitoral atribuído às maiorias”.

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