SÃO PAULO, 19 FEV (ANSA) – Durante depoimento à Justiça Federal de Brasília nesta quarta-feira (19), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que há “muita má-fé” e “leviandade” na denúncia do Ministério Público Federal (MPF), que o acusa por suposto recebimento de propina em troca da edição de uma medida provisória para beneficiar montadoras automobilísticas em 2009. Diante do juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal do Distrito Federal, no processo da Operação Zelotes, Lula negou ter recebido propina e afirmou que a acusação “não só não é verdade, como é inverossímil”.   

O ex-presidente é acusado de corrupção passiva na operação deflagrada em 2015, a qual investiga organizações criminosas que atuaram junto ao tribunal administrativo da Receita Federal, em um suposto esquema de corrupção na troca de medidas provisórias a empresas automotivas por benefícios “Eu conheço a acusação. Há muita má-fé, há muita leviandade. Eu estou cansado de tanta mentira, de tanta leviandade, tantas insinuações. Parem de insinuar coisas ao meu respeito”, ressaltou.   

De acordo com a denúncia, Lula e Gilberto Carvalho, então chefe de gabinete da Presidência, arrecadaram R$ 6 milhões de forma ilegal para campanha eleitoral do PT, além de terem editado a medida provisória.   

“Eu não discuto medida provisória com empresários. Quem discute é o ministro da área que faz a MP. O Mauro Marcondes [apontado como lobista de uma empresa] pode ter participado de alguma reunião comigo, mas em conjunto com outros empresários da área automobilística”, declarou Lula. Segundo o petista, a medida provisória costuma passar por diversos funcionários. “Quando você faz uma medida provisória que envolve três, quatro, cinco ministérios essas minutas correm por dezenas de funcionários que vão dar parecer”, justificou.   

O depoimento estava marcado inicialmente para a semana passada, mas foi adiado, a pedido da defesa de Lula, em razão do encontro do petista com o papa Francisco, no Vaticano. (ANSA)

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