O tenente-coronel Mauro Cid, e ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, afirmou ter recebido dinheiro do ex-ministro da Defesa Walter Braga Netto dentro do Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente da República.
A informação foi dada pelo militar em um dos seus depoimentos no contexto de sua delação premiada, homologada pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes. Neta quarta-feira, 19, o magistrado derrubou o sigilo do documento.
O delegado Fábio Shor questionou o tenente-coronel sobre sua afirmação que teria recebido dinheiro em uma sacola de vinho, e o valor supostamente foi repassado.
“O general Braga Netto me entregou o dinheiro, eu tenho quase certeza que foi no Alvorada, até me lembro que eu botei na minha mesa ali na biblioteca do Alvorada e depois o [Rafael Martins] de Oliveira veio buscar o dinheiro comigo na próprio Alvorada, só não consigo lembrar o dia. Então, eu entreguei o dinheiro para o de Oliveira, mas não sei dizer o valor porque estava na casa, estava lacrado, não mexi, porque ele me entregou e eu passei para ele”, respondeu Mauro Cid.
Em outro trecho do depoimento, Cid descreveu o pacote que recebeu do general Braga Netto. “Ele me entregou um, era tipo uma coisinha de vinho assim, de presente de vinho, com dinheiro. Eu não contei, não sei quanto, estava grampeado e, aí, o [Rafael Martins] de Oliveira veio buscar o dinheiro. Então, eu peguei o dinheiro e passei para o [Rafael Martins] de Oliveira”, completou.
O ex-ajudante de ordens também mencionou uma reunião feita no dia 28 de novembro de 2022 com oficiais formados no Curso de Forças Especiais, conhecidos como “kids pretos“.
Segundo Cid, no encontro havia “militares mais exaltados, outros menos”, porém ele não soube dizer quem estava em cada lado.
