ROMA, 23 MAI (ANSA) – O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, discursou nesta segunda-feira (23) na sessão de abertura do Fórum Econômico Mundial de Davos e pediu mais sanções contra a Rússia, a quem acusa de ter “interesses sanguinários”.   

O evento começou depois de dois anos de interrupção por causa da pandemia de Covid-19. A atual edição é marcada pela exclusão da Rússia e tem foco nas consequências provocadas pela guerra na Ucrânia, além da desaceleração no crescimento global. O fórum acontecerá ao longo desta semana em Davos, na Suíça.   

Zelensky discursou ao público por videoconferência e recebeu muitos aplausos da pessoas presentes no evento.   

“Sou grato ao mundo, não percam esse sentimento de unidade, é o sinal da força que os russos temem. Espero que cada um de vocês consiga acordar no dia seguinte se perguntando: ‘o que posso fazer pela Ucrânia hoje?'”, disse o presidente ucraniano.   

O mandatário pediu “sanções máximas” contra o país liderado por Vladimir Putin e confirmou a necessidade de um “completo embargo ao petróleo russo e da exclusão dos bancos de Moscou dos sistemas globais”.   

“Precisamos desbloquear nossos portos marítimos e usar todos os canais diplomáticos, porque não podemos lutar contra a Rússia sozinhos. Falamos com a Comissão Europeia, Reino Unido, Suíça, Polônia e ONU, e pedimos para que tomem medidas para um corredor para exportação do nosso trigo e cereais, se não a escassez terá efeitos no mundo e haverá uma extensão da crise”, alertou o chefe de Estado.   

Em seu discurso em Davos, o presidente também declarou que sonha em fazer da Ucrânia uma nação “segura” e “atraente”. Zelensky ainda comentou que os russos possuem “interesses sanguinários”.   

“Este é o momento em que se decide se a força bruta governará o mundo. Se isso acontecer, não fará mais sentido organizar comícios como o de Davos”, concluiu Zelensky.   

Os valores para a reconstrução da Ucrânia também deverão ser debatidos no fórum. O mandatário, por sua vez, afirmou que Kiev necessitará de pelo menos US$ 5 bilhões por mês para conseguir se reconstruir. (ANSA).