WASHINGTON, 18 AGO (ANSA) – Os líderes europeus envolvidos nesta segunda-feira (18) no encontro multilateral na Casa Branca, entre eles a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, pediram garantias de segurança à Ucrânia para negociar com o presidente da Rússia, Vladimir Putin.
A chefe de governo italiana opinou que a reunião em Washington marcou o início de uma “nova fase” no conflito em Kiev e destacou a importância de discutir as garantias para que “isso nunca mais aconteça”.
“Estamos falando de garantias de segurança, que são um pré-requisito para qualquer tipo de paz. Há uma proposta para usar uma espécie de Artigo 5 da Otan e estamos felizes em contribuir para as propostas de paz. Podem contar com a Itália, vamos apoiar todos os esforços em prol da paz”, disse Meloni, que se sentou ao lado do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
No decorrer do bate-papo inicial, o mandatário francês, Emmanuel Macron, o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, destacaram a importância de que um acordo de trégua tenha garantias de segurança aos ucranianos.
O líder francês defendeu que um encontro quádruplo com a Europa precisaria ocorrer após uma reunião trilateral com Putin, além de mencionar que o cessar-fogo é uma “necessidade” e que todos “apoiam a ideia”.
“Os próximos passos são os mais difíceis. Na próxima reunião, queremos uma trégua, não consigo imaginar isso acontecendo sem um cessar-fogo. Estamos trabalhando nisso, tentando pressionar a Rússia, porque a credibilidade de nossos esforços hoje depende, pelo menos, de alcançarmos uma trégua”, avaliou o chanceler alemão, Friedrich Merz.
Trump, por sua vez, mencionou que uma “possível troca de territórios e as linhas de contato” entre ucranianos e russos precisarão ser discutidos. O republicano ainda avaliou que tentará organizar uma cúpula trilateral entre EUA, Ucrânia e Rússia.
“Em uma ou duas semanas, descobriremos se vamos resolver esta situação ou se esta guerra horrível continuará. Ambos os lados querem encontrar uma solução, e isso é uma boa notícia”, disse o magnata, que teve um encontro a sós com Zelensky antes de se reunir com os líderes da França, Reino Unido, Alemanha, Comissão Europeia, Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Itália e Finlândia.
Para encerrar a guerra no leste europeu, Putin exige o reconhecimento da anexação da Crimeia, península tomada em 2014, e que a Ucrânia abra mão da totalidade das províncias de Donetsk e Lugansk, no chamado Donbass, e dos territórios já conquistados por Moscou nas regiões de Kherson e Zaporizhzhia.
Em troca, Putin teria aceitado a proposta italiana para EUA e Europa fornecerem garantias de segurança a Kiev nos moldes do artigo 5 da Otan, que diz que um ataque a um membro é um ataque contra todos, porém sem que o país faça parte da aliança.
(ANSA).