Em crise, Partido Democrático inicia reunião decisiva

ROMA, 3 MAI (ANSA) – Em meio a uma inflamada crise, os membros do Partido Democrático (PD), de centro-esquerda, deram início nesta quinta-feira (3) a reunião do diretório que decidirá se a legenda abre ou não um diálogo com o Movimento 5 Estrelas (M5S).   

A discussão, que acontece na sede do partido no largo de Nazareno até às 20h (horário local), quando será encerrada com uma votação, foi aberta pelo secretário regente Maurizio Martina. Entre os presentes estão os ministros Dario Franceschini, Marco Minniti, Andréa Orlando, Carlo Calenda, Mariana Madia, Anna Finocchiaro. Além do primeiro-ministro, Paolo Gentiloni e o ex-secretário e ex-premier Matteo Renzi, que retorna ao local pela primeira vez após sua renúncia depois das eleições. Todas as pessoas que não são membros da administração foram convidadas a se retirar do ambiente a pedido do presidente do PD Matteo Orfini.   

“O dia 4 de março foi um dos mais sérios da história da centro-esquerda e nossa discussão deve começar daqui porque não podemos remover o que aconteceu, temos que refletir, analisar e entender para mudar”, afirmou Martina.   

A reunião acontece em um momento delicado já que o partido está dividido entre os que rejeitam qualquer diálogo com o M5S e os que defendem pelo menos permitir as conversas, principalmente depois que Renzi rechaçou a hipótese de se aliar a Luigi Di Maio. De acordo com fontes oficiais, o texto, que confirmaria a confiança a Martina, corre o risco de não convencer uma parte da minoria da legenda, que gostaria de “clareza” sobre a linha política adotada.   

Segundo especulações, o documento que diz “não” a ideia de um governo com o M5S conta com os votos de 120 membros contra 80.   

No entanto, outras fontes relatam que Martina vai garantir 96 votos contra 112 dos “renzianos”. Além do diálogo com o M5S, os membros do PD vão debater a liderança da legenda e a derrota nas eleições. Ontem(2), um site apócrifo na Itália deixou o clima mais tenso depois de expor os nomes de lideranças favoráveis e contrárias ao possível acordo com o movimento antissistema, que surgiu após o fracasso nas negociações entre Di Maio e o partido ultranacionalista Liga, que se recusou a romper a coalizão de direita com Silvio Berlusconi. (ANSA)