Conforme amplamente divulgado pela imprensa e questionadas pelo próprio Atlético Mineiro, as chamadas contrapartidas – medidas exigidas pela Prefeitura de Belo Horizonte ao alvinegro de Minas pela construção do estádio do Clube, a Arena MRV – agora serão objeto de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH), conforme requerimento protocolizado na tarde de sexta-feira (16/12) por 15 vereadores da capital.

O Atlético sempre questionou certas condicionantes consideradas abusivas, bem como a demora excessiva no curso dos processos internos no executivo da capital mineira, alegando que boa parte do acréscimo dos custos da construção do estádio se deveu a estes fatores. Inclusive, é pública a desavença entre a atual diretoria do Galo e o ex-presidente Alexandre Kalil, à época prefeito de Belo Horizonte e responsável pelo licenciamento da arena.

Kalil é acusado de ter dificultado os trâmites internos e encarecido de propósito as obras por causa de brigas pessoais, principalmente com o atual presidente do Conselho Deliberativo do Clube, Ricardo Guimarães. Recentemente, o órgão colegiado anulou por unanimidade uma assembleia irregular ocorrida em novembro de 2017, que nomeou o futuro estádio, Elias Kalil, pai de Alexandre. Indignado e sob vaias, Kalil deixou a reunião do Conselho após pedir para retirar o nome do pai e proferir uma série de ofensas.

Em sequência aos atos contra o Clube e os atuais dirigentes, Kalil protocolou no Ministério Público uma queixa-crime contra Guimarães e o presidente Sergio Coelho, acusando-os de irregularidades na eleição do Conselho. Contudo, a prática “denunciada” é regular no CAM desde 2010, e o próprio Alexandre Kalil elegeu em sua chapa conselheiros nas mesmas condições que hoje alega irregular. Isolado, não contou nem sequer com seus pares para assinarem a peça acusatória.

Agora, a CPI irá investigar a fundo se houve participação indevida do próprio Kalil, por si ou por terceiros, e também de outros agentes públicos com vias a prejudicar a edificação do estádio atleticano. Nas redes sociais, o ex-prefeito de Belo Horizonte e ex-presidente do Galo vem sendo bastante criticado por suas atitudes, que podem, no limite, prejudicar a SAF em andamento e inviabilizar o Clube. E se tem algo que a Massa não perdoa é traição. Kalil, ao que parece, vem arriscando o nome da família e sua própria história no Galo.