O PRB homologou nesta quarta-feira, 1.º, o apoio ao pré-candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin. Em ato realizado na Câmara, o presidente nacional do PSB, Marcos Pereira, ligado à Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd), enalteceu “a voz serena” de Alckmin contra “o extremismo”, mas fez um “alerta”. Pereira lembrou o apoio do partido à ex-presidente Dilma Rousseff (PT) nas eleições de 2014 para pedir mais “espaço à mesa” de um eventual governo do tucano.

“Em 2014, nós decidimos apoiar a reeleição da ex-presidente Dilma. Naquele ano, durante a convenção nacional do PRB, eu alertei para as condições da manutenção do nosso apoio. Eu cobrava naquele momento um espaço à mesa como aliado para decidirmos juntos a política de governo e de Estado”, disse. “Isso nunca aconteceu. O que fez a então presidente? Encastelou-se, ignorou as forças políticas e produtivas do País. Tudo que eu disse há quatro anos, vou repetir para o senhor”, disse Pereira no momento em que se dirigiu diretamente para Alckmin. “O PRB quer e pode contribuir com o seu governo.”

A cobrança pública não ficou sem resposta. Alckmin demonstrou ter entendido o recado e procurou elogiar Marcos Pereira, líder da legenda. O tucano deixou claro que lembrará que o PRB foi “o primeiro” partido do Centrão a defender a aliança com o PSDB.

“Eu não guardo raiva de ninguém, aprendi isso. Política não se faz com o fígado, guardando rancor, mas precisamos aprender a reconhecer. O primeiro (partido) do Centro Democrático que disse que Geraldo Alckmin era o caminho foi o Marcos Pereira. Sou muito grato. Ele perseverou. Quando alguns queiram desanimar, ele ficava firme”, disse o tucano.

Alckmin também deixou claro que o partido terá espaço, ao prometer que irá chamar “os melhores quadros” do PRB. “Vamos trabalhar muito juntos, quero destacar o trabalho do Marcos Pereira como ministro da Indústria”, lembrou o tucano. “Quero os melhores quadros de vocês para estabelecer uma agenda”, disse.

O pedido de Pereira por “mais espaço” já havia sido colocado na mesa durante as negociações entre Alckmin e “Centrão”, grupo político formado por PRB, PP, PR, DEM e Solidariedade. Alguns dias antes de fechar o acordo com o tucano, Pereira disse publicamente que o PRB se sentia “usado” e queria “reciprocidade”.

No início da convenção do partido, Alckmin foi convidado a integrar a bancada ao lado do presidente do PRB, Marcos Pereira. Em seguida, a mestre de cerimônias pediu que os filiados dessem uma demonstração de que possuem o “coração republicano” e cantassem juntos: “Eu sou republicano com muito orgulho, com muito amor”. Alckmin entoou o canto junto aos filiados.