Governada desde 2018 por Iván Duque, um presidente de extrema direita que impôs à nação enorme crise política, econômica e social, a Colômbia vive um período eleitoral bastante dramático, com denúncias de assassinatos políticos e muita repressão. Manifestações populares vêm sendo rechaçadas com violência por Duque. No auge das reivindicações, no ano passado, chegou-se a um número extremamente grave, com cinquenta pessoas mortas, jornalistas que cobriam as ações na rua foram gravemente feridos e mais de noventa manifestantes ficaram desaparecidos. A organização não governamental Human Rights Watch denunciou o governo Duque por “abusos gravíssimos” contra os Direitos Humanos.

A corrente ideológica que domina a Colômbia desde que Juan Manuel Santos, ganhador do Prêmio Nobel da Paz, concluiu seu mandato, é o uribismo, em referência ao também ex-presidente Álvaro Uribe, padrinho político de Iván Duque. Na semana passada houve eleições legislativas e a coalizão da esquerda, denominada Pacto Histórico, liderada pelo senador Gustavo Petro, surpreendeu os adversários da direita e saiu-se vitoriosa, o que claramente pode influenciar a campanha à Presidência.

O pleito, que vai realizar-se em 29 de maio, já tem favorito: Gustavo Petro, que lidera as pesquisas com 42% das intenções de voto, contra Frederico Gutierrez, ex-prefeito de Medellín, que tem 35%, e tem o apoio de Duque. A Colômbia é muito influenciada pelos Estados Unidos, que instalou bases da Otan em seu território. Acontece, no entanto, que nesse momento há dois pontos principais que norteiam a disputa pelo poder no país: a resolução das crises econômica e de saúde, relacionada a pandemia, e o desejo da população de que haja mudanças estruturais. Situação semelhante a do Brasil, em que a população torce para Bolsonaro ser derrotado em outubro.