SÃO PAULO, 01 OUT (ANSA) – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu nesta segunda-feira (30) não aceitar a progressão do seu regime do fechado para o semiaberto. O pedido foi feito nesta sexta-feira (27) pelos procuradores da força-tarefa da Operação Lava Jato. Em uma carta divulgada pelo Twitter, o petista escreveu que não aceita “barganhar” os seus direitos e a sua liberdade. O ex-presidente ainda afirmou que os procuradores da Lava Jato deveriam “pedir desculpas ao povo brasileiro pelo mal que fizeram”.
“Quero que saibam que não aceito barganhar meus direitos e minha liberdade. Já demonstrei que são falsas as acusações que me fizeram. São eles e não eu que estão presos às mentiras que contaram ao Brasil e ao mundo”, escreveu Lula.
Lula também afirmou que não descansará “enquanto a verdade e a Justiça não voltarem a prevalecer”. De acordo com o advogado do petista, Cristiano Zanin, Lula não é obrigado a aceitar a progressão de regime.
“O ex-presidente Lula hoje reafirmou a sua posição de que não aceita nenhuma barganha em relação a sua liberdade. O Estado não pode impor ao jurisdicionado nenhum tipo de condição”, disse Zanin, em Curitiba.
Na sentença inicial, em julho de 2017, Lula foi condenado a nove anos e seis meses de prisão pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. No entanto, em abril deste ano, a sentença foi reduzida para oito anos e 10 meses.
Conforme determina a lei penal, o ex-presidente já cumpriu um sexto da pena e deve progredir para o regime mais brando. No semiaberto, o detento pode deixar a prisão durante o dia para trabalhar, mas deve retornar à noite.(ANSA)