O presidente Lula da Silva tem um aliado incômodo na porta ao lado. A convivência com o ministro da Secretaria Geral, Márcio Macêdo, antes muito próximo a ele, não é mais a mesma. Ele vai entrar na minirreforma ministerial após o fiasco do 1º de Maio. Lula procura nome forte do PT para interlocução com os movimentos sociais e centrais sindicais. Numa saída honrosa, o Barba estuda enviar Macêdo para uma embaixada de língua portuguesa. O coringa do presidente é sempre Edinho Silva, o prefeito de Araraquara, ex-tesoureiro do partido e com excelente interlocução no Centro. Edinho só não será ministro se não quiser. Ainda há, também, a vaga de Paulo Pimenta na Secretaria de Comunicação. Edinho se tornou um conselheiro informal do presidente – e seu prestígio foi visto logo nos primeiros dias de Governo, quando Lula aterrissou na cidade paulista. O desafio para o PT é não perder Araraquara. O vice-prefeito, Damiano Neto, é do Progressistas, um partido ainda com DNA ligado a Jair Bolsonaro.

Presidente Lula da Silva tem um quebra-cabeça importante para montar no Palácio: as peças certas ao lado da sua porta. Edinho Silva é uma delas

Brasil sem protagonismo na OEA

O Paraguai sediou no fim de junho a Assembleia-Geral da Organização dos Estados Americanos, cujo secretário-geral é o uruguaio Luís Almagro, há 10 anos no cargo. O principal desafio é encontrar seu sucessor. O Brasil não tem nenhum protagonismo – e nem quer. Para o Itamaraty, a OEA perdeu a razão de ser ao alinhar-se com os Estados Unidos. A sede da entidade fica ao lado da Casa Branca, Washington, o que alimenta críticas de que a organização atua sob pressão do Governo americano. Por enquanto, Rubén Ramírez, chanceler do Paraguai, com o apoio de Brasil e Colômbia, é o único postulante ao cargo. A eleição acontece no início de 2025.

A surpresa de Ibaneis

Governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha
Governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (Crédito:Renato Alves/ Agência Brasília)

Candidato ao Senado em 2026, o governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), não deve apoiar sua vice Celina Leão (PP) à sucessão. Entre portas, aliados do governador apontam que Celina já se acha governadora, embora sua agenda pública (e aparição na mídia) seja discretíssima. José Humberto, secretário de Governo, pode surgir candidato de Ibaneis.

Ninguém aguenta mais o personagem Milei

Em busca do aliado certo
O presidente argentino, Javier Milei (Crédito:AFP)

A Cúpula do Mercosul em Assunção, no Paraguai, deve ser esvaziada por causa da crise diplomática entre Brasil e Argentina – muito disso na conta do líder argentino Javier Milei, que semana passada chamou Lula da Silva de corrupto e comunista. E deu de ombros para a exigência de desculpas feita pelo presidente brasileiro. Nenhum dos dois deve aparecer na reunião. Perde o Mercosul, que luta para manter algum protagonismo diante da forte onda de produtos chineses no mercado nacional – daqui e dos hermanos. Foi um alívio, aliás, para o corpo diplomático dos dois países (que, aliás, se dão muito bem).

Gás sem duto é ofuscado na praça

Em busca do aliado certo

Pesquisa da FSB Holding para a CNI sobre o panorama do gás abriu os olhos dos industriais para dois cenários: as fábricas ainda não descobriram o potencial do produto; Faltam para isso os dutos e a logística com melhor custo-benefício. A Bolívia reduziu a oferta para o Brasil, e a Argentina, com a maior reserva mundial (campo de Vaca Muerta), praticamente não abre interlocução por causa da implicância de Javier Milei com Lula da Silva – e vice-versa. A pesquisa revelou que só 14% das indústrias usam gás em suas plantas; 9% das ouvidas querem investir nisso, mas 11% planejam reduzir.

Acabaram com a paz das Embaixadas

O Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília continua causando polêmica por autorizar áreas verdes tradicionais para construtoras comprarem e erguerem prédios. A grita é maior porque mexeu com o sossego dos embaixadores, permitindo áreas comerciais perto das residências.

Palanque para Lula

O movimento estudantil, cujos diretórios tradicionalmente são ligados aos partidos de esquerda, reencontrou a porta do Palácio. O Governo Lula III vai manter a praxe do apoio à garotada. A Caixa pagará R$ 700 mil de patrocínio para o 45º Congresso da União Nacional dos Estudantes. A grana cairá na conta até dia 14 de setembro.

O desafio da BYD

A chinesa BYD avançou gigante nas capitais, tornou-se a maior revendedora de elétricos do País, em especial no DF. Foram 2.686 unidades da marca de janeiro a maio – vendeu 1.607 dos modelos Dolphin. O desafio é a reposição de peças. Nas redes sociais notam-se reclamações de carros parados na garagem à espera de manutenção.

NOS BASTIDORES

As cartas à mesa

Marisa Mattos, vice-presidente de Negócios Digitais e Tecnologia do BB, está com os dias contados na mesa de carteado com a chefe Tarciana. A cúpula do PT quer o cargo.

Mão amiga no Decreto

Decreto do Governo facilitou a vida de quem precisa se alistar nas forças armadas no Rio Grande do Sul. O Exército, para citar uma, sentiu o baque no contingente. O alistamento será até 31 de agosto.

Chapa fria no Rio

A velocidade com que o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), lançou o deputado Pedro Paulo (PSD) como seu vice será a mesma da queda da chapa. É plano para que um irredutível PT, que terá a vice, garanta compromissos para 2026.

Tour água abaixo

Os números da ABIH de Porto Alegre são lastimáveis com as enchentes. Centenas de eventos em hotéis como base foram cancelados. O setor pedirá ao governador um programa de retomada do turismo gaúcho.