Um dos grandes mistérios da humanidade, a localização da ilha de Atlântida, que teria existido em tempos imemoriais, está mais perto de ser desvendado. Arqueólogos e pesquisadores envolvidos com o assunto vêm, ao longo das últimas décadas, especulando que a metrópole perdida tenha se situado em um desses três lugares: entre a costa de Portugal e da Espanha; ao noroeste, mais perto da Irlanda, ou no Mediterrâneo, no arquipélago grego.

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Agora, um documentário do Discovery Channel traz elementos que reforçam a possibilidade de o lugar ser próximo ao que é conhecido como ilha de Santorini, destruída por uma erupção vulcânica em 1650 a.C.. A tese de Santorini ganha força com descobertas arqueológicas recentes.

Quem ocupou a imaginação da posteridade com dúvidas profundas sobre a existência de Atlântida foi o filósofo Platão, um homem confiável que a apresentou em dois de seus diálogos, Timeu e Crítias, escritos no século IV a.C.. O lugar é descrito como “o centro de um maravilhoso império”, real, rico, avançado e muito poderoso militarmente, que chegou a sitiar Atenas em certo momento.

“Havia de todos os metais, a serem extraídos da terra, fossem sólidos ou fundíveis, tais como o minério de ferro, encontrado em vários pontos da ilha, e o ouro, o mais apreciado de todos”, escreveu o filósofo. “Havia, também, abundância de tudo quanto a floresta produz para a atividade artesanal, bem como para a alimentação de animais domésticos e selvagens”.

Para Platão, o cataclismo que acabou com Atlântida estava associado com a vontade dos deuses, que a castigaram por causa da arrogância e do narcisismo de seus habitantes.

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Segundo o documentário, “as pistas para a conexão com Atlântida podem ser encontradas nos fabulosos afrescos que decoram as paredes de cada descoberta em Santorini”. “As ruínas sugerem que uma civilização altamente sofisticada floresceu aqui por milhares de anos antes do seu fim abrupto”, diz o narrador.

A erupção que destruiu Santorini, então chamada de Akrotiri, cobriu a região com 60 metros de cinza e eliminou do mapa uma cidade-estado inteira, centro administrativo da civilização minoica, que vivia seu auge há 3 mil anos, mas existia muito antes disso. A tese central do documentário é que os minoicos ou seus ancestrais poderiam ser os atlantes, habitantes de Atlântida.

As escavações feitas na região há mais de um século têm revelado objetos de arte requintada e uma engenharia muito avançada para a época. Há sinais de exuberância tecnológica e artística que correspondem às descrições platônicas da cidade perdida. Há mais de 150 anos, as indagações sobre a existência de Atlântida atrai as atenções de historiadores e arqueólogos.

Descobri-la ou lançar teses sobre sua existência e localização tem sido uma fantasia de muitos aventureiros. Contra Santorini, contudo, pesa o fato de Platão se referir à localização de Atlântida como sendo além das Colunas de Hércules, hoje Estreito de Gibraltar e, portanto, no Oceano Atlântico. Mas o tempo e o espaço no passado não eram considerados como atualmente e, quem sabe, o Mediterrâneo seja o berço de Atlântida.


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