selos_copas

A  princesa Élisabeth de Caraman-Chimay (1860-1952), mais conhecida como condessa de Greffulhe, arrancava suspiros por sua beleza e elegância quando desfilava pelos salões parisienses. Os nomes mais exclusivos da moda, como os costureiros Charles Worth, Jeanne Lanvin, Vitaldi Baldani e Mariano Fortuny, assinavam seu guarda-roupa e ela era, à época, uma das mais invejadas damas da sociedade francesa. Até o dia 7 de janeiro, quem for a Nova York terá a oportunidade de ver de perto cerca 40 peças usadas pela nobre francesa na exposição “A Musa de Proust, a Condessa Greffulhe”, no Fashion Institute of Technology. O título da mostra revela um dos traços mais interessantes da biografia de Élisabeth. Ela foi o grande amor do escritor Marcel Proust (1871-1922), com quem viveu uma história entrecortada e secreta. Teria sido, inclusive, a grande inspiração para “Em Busca do Tempo Perdido, a duquesa de Guermantes”. Mas a exposição também é obrigatória para os amantes de moda. Há preciosidades como O “Vestido de Lírios”, assinado por Worth, o grande costureiro do século 19. “Worth fundamentou a alta-costura”, afirma João Braga, professor de história da moda da Faculdade Armando Álvares Penteado (FAAP). “Vestir Worth era sinônimo de extrema sofisticação. Ele não aceitava qualquer cliente e isso mostra a importância da condessa na moda parisiense.”

Romance negado

Élisabeth não se restringiu a enfeitar os melhores salões da alta sociedade europeia. Ela se engajava em levantar fundos para causas políticas, científicas e sociais e demonstrava grande curiosidade pelos estudos científicos, como os realizados por Édouard Branly, um dos precursores do rádio. Também influenciou diversos artistas e escritores de sua época. Amante do romancista Marcel Proust, foi a grande inspiração do escritor, embora ambos tenham tentado negar. Em 1906, Proust ficou recluso para escrever os sete volumes da publicação histórica. Ele se apaixonou e se envolveu com a condessa, a quem passou a ignorar durante o tempo de criação. O escritor tentou negar a ligação, mas a intensa troca de correspondências entre os dois até 1920 delata a história. Segundo Proust, ela foi “a mulher mais linda de seu tempo.”

selos_copas2

Foto: Archives-Zephyr/Leemage

Assine nossa newsletter:

Inscreva-se nas nossas newsletters e receba as principais notícias do dia em seu e-mail


Siga a IstoÉ no Google News e receba alertas sobre as principais notícias