ROMA, 7 NOV (ANSA) – O presidente da Comissão da União Africana, Mahmoud Ali Youssouf, afirmou nesta sexta-feira (7) que o continente não está pedindo caridade, mas sim “justiça climática”.
Durante seu discurso na Cúpula de Líderes de Belém, no Pará, o diplomata djibutiano ressaltou que a África concentra 40% do potencial global de energia renovável, mas recebe menos de 12% do financiamento climático.
“Não estamos pedindo caridade, mas justiça climática, acesso equitativo a financiamento, tecnologia e oportunidades. Os menos responsáveis por essa crise não devem arcar com o fardo mais pesado”, declarou Youssouf.
O presidente da comissão dirigiu-se aos líderes presentes afirmando que a África chega à COP30 “com convicção”, pois o continente é “um agente de transformação”.
“Dos parques solares aos jovens inovadores verdes, a África está na vanguarda rumo a um futuro justo, inclusivo e com baixas emissões de carbono. A COP30 deve marcar o momento em que o mundo passou das promessas ao progresso, da vulnerabilidade à vitalidade, guiado pela solidariedade, justiça e prosperidade compartilhada”, afirmou.
Youssouf ainda destacou que o momento exige ação conjunta e ousada de todos os países frente às mudanças climáticas.
Em Belém, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, concordou com Youssouf e alertou que, dos 2 bilhões de euros investidos em energia limpa no último ano, apenas 2% foram destinados à África, continente que, segundo ela, “detém 60% do melhor potencial solar do mundo”.
“Temos que mudar isso. Precisamos construir redes e instalações de armazenamento à altura das nossas ambições.
Necessitamos de infraestruturas capazes de captar energia quando esta é abundante e armazená-la para quando for necessária”, acrescentou von der Leyen. (ANSA).