SÃO PAULO, 16 OUT (ANSA) – Era para ser um ato em apoio a Fernando Haddad (PT), mas um comício no Ceará com a presença do senador eleito Cid Gomes (PDT) acabou abrindo uma crise na campanha do petista e explicitando as desavenças no âmbito da centro-esquerda brasileira.   

Ao lado do governador do Ceará, Camilo Santana (PT), o irmão de Ciro Gomes (PDT) disse que o Partido dos Trabalhadores precisa fazer um “mea culpa” e ter “humildade” de reconhecer que fez “muita besteira”.   

“Não admitir os erros que cometeram, isso é para perder a eleição, e é bem feito”, afirmou o senador eleito, para uma plateia repleta de petistas e com o logo da campanha de Haddad ao fundo.   

“Acharam que eram donos do país, e o Brasil não aceita ter dono.   

Quem criou o Bolsonaro foram essas figuras que acham que são donas da verdade, que acham que os fins justificam os meios”, acrescentou.   

O público começou a vaiar Cid e a gritar cantos em apoio a Lula.   

Assine nossa newsletter:

Inscreva-se nas nossas newsletters e receba as principais notícias do dia em seu e-mail

“Lula o quê? O Lula tá preso, babaca”, rebateu o senador eleito.   

“Isso é o PT, e o PT, desse jeito, merece perder”, disse. Poucos dias antes, o PDT havia declarado “apoio crítico” a Haddad, mas Ciro Gomes decidiu viajar de férias para a Europa.   

O partido planejava contar com o apoio do PT na campanha presidencial e chegou a cotar Haddad como vice de Ciro, mas a ideia foi barrada por Lula. No Twitter, a presidente do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffmann, disse que a legenda está no segundo turno “por mérito”.   

“Se o PT não estivesse no segundo turno, apoiaria o adversário do deputado Bolsonaro, porque ele não vai promover a democracia no país. Esperávamos que isso fosse um movimento natural e estou vendo que não é. Adiante, a história avaliará todos nós”, afirmou. (ANSA)


Siga a IstoÉ no Google News e receba alertas sobre as principais notícias