ADIS ABEBA, 21 JUN (ANSA) – Em meio a um cenário bastante conturbado, os cidadãos da Etiópia vão às urnas nesta segunda-feira (21) para eleger seus parlamentares e os governos regionais.   

A disputa deveria ter ocorrido em agosto de 2020, mas foi adiada por duas vezes por conta da pandemia de Covid-19 e por problemas de logística e segurança.   

Além da guerra na região de Tigré, diversas são as áreas em que os partidos de oposição se retiraram da disputa por conta de “excesso de poder” do governo do premiê Abiy Ahmed, que estaria interferindo nas campanhas eleitorais.   

Esse é o primeiro teste eleitoral para Ahmed desde a sua chegada ao poder, em 2018. O líder prometeu fazer com que o país viva em um “espírito democrático”, recebendo inclusive o Nobel da Paz de 2019 após libertar milhares de opositores presos e encorajar o retorno do exílio de diversos representantes. Também foi reconhecido o esforço para acabar com o conflito com a Eritreia.   

O Partido da Prosperidade, do primeiro-ministro, tem a maior quantidade de candidatos para o Parlamento e é o favorito para vencer novamente.   

Um dos principais problemas, porém, permanece. A região de Tigré, que está vivendo um conflito bélico de grandes proporções, não teve a data das eleições marcadas ainda. O conflito étnico e com o governo se intensificou e, além das milhares de mortes, a ONU estima que há 350 mil deslocados internos e que vivem em situação de extrema pobreza. (ANSA).