Fora do radar na maior parte das previsões de medalha do Brasil para os Jogos Olímpicos do Rio, Ana Sátila tem boa chance de surpreender. Caçula da delegação brasileira que foi a Londres, quando tinha 16 anos, ela teve boa participação nas três etapas da Copa do Mundo de Canoagem Slalom realizadas no primeiro semestre de 2016. Não subiu ao pódio, mas somou resultados que a colocam no quarto lugar do ranking da Federação Internacional de Canoagem (ICF, na sigla em inglês).

Em Ivrea, na Itália, fez a melhor descida da competição, ainda que tenha ficado só em nono na final. Em Seu d’Urgell (Espanha), foi a segunda mais rápidas das eliminatórias e terminou a final em sétimo. Depois, em Pau (França), ficou em sexto.

“Acho que estou próximo de uma medalha”, admite a canoista de 20 anos. “Tenho uma vontade de chegar a uma medalha, acho que uma medalha é consequência. Estou em quarto lugar no ranking internacional nesse momento, então estou na briga”, avalia. Após três etapas, ela tem 118 pontos, contra 54 deste mesmo momento na temporada passada.

Para a brasileira, a falta de medalhas na Copa do Mundo não afeta em nada sua confiança. “Acho que o meu objetivo principal era pegar finais e conseguimos, três ajudaram bastante para eu obter experiência. Creio que só por eu estar em todas as finais é algo positivo.”

Neste ano, a etapa espanhola da Copa do Mundo foi vencida por uma atleta da casa, o mesmo acontecendo na França. No Rio, a anfitriã será Ana Sátila, que já desceu mais de 300 vezes o canal de Deodoro.

Por isso, ela não trata uma possível medalha como uma “surpresa”. “Eu levaria como a conquista de um bom resultado. Não é algo impossível. Eu tenho chances de chegar em uma final olímpica, depois disso tudo pode acontecer. Talvez uma surpresa para quem não conhece o trabalho que estamos fazendo na canoagem, mas tudo isso é consequência de muito treino e trabalho.”