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Pelo menos setenta e um militares, da ativa e da reserva, querem entrar para a política no Brasil – e, dessa vez, pela porta da frente, concorrendo democraticamente nas urnas e não por meio de golpe de Estado. Parte deles se reuniu na semana passada em Brasília, na sede da Federação dos Plantadores de Cana. Dois pontos em pauta: o combate à corrupção e o próprio direito de os membros das Forças Armadas, mesmo que na ativa, poderem se candidatar. A Constituição fixa a filiação partidária para a elegibilidade, mas, ao mesmo tempo, proibe que militares da ativa se filiem a partidos. Então, como fica? O militar em atividade pode se apresentar à convenção de um partido como pré-candidato, ainda que de forma independente. Se ele ganhar a vaga de candidato, aí a legenda o registra na Justiça Eleitoral e avisa o seu comandante. O mais certo, sem dúvida, é passar antes à reserva, mas aí vem o medo de não ter a candidatura aceita ou de não ser eleito pela população (eles têm de aprender que isso faz parte da democracia, é jogo jogado, situação similar à do civil que se desincompatibiliza de um cargo, perde o pleito e fica a ver navios). O presidente da reunião, general da reserva Eliéser Girão Monteiro Filho (candidato a deputado federal pelo Rio Grande do Norte), deixou no ar o sentido de suas palavras: “estamos dobrando a esquina e a dobrada é para o lado direito”. O general Augusto Heleno, também da reserva, discursou: “não é o momento de ficar elogiando o regime militar, mas de olhar para frente e buscar soluções”. Incompreensível foi a sua referência ao capitão, deputado e presidenciável, Jair Bolsonaro: “há quem queira que ele seja uma mistura de Winston Churchill com Margareth Thatcher, Ronald Reagan e Pio XII”. Bolsonaro inspira os militares aspirantes à política. Eles se candidatarão (poderes executivo e legislativo) em vinte e cinco estados e no Distrito Federal.

61%

dos brasileiros defendem o direito de comandantes militares falarem sobre temas relacionados à política do País. Esse índice faz bem à democracia: mostra que a população está discernindo entre golpe militar e liberdade de opinião. Na crítica de um militar, do presente, não há necessariamente a ligação direta com o fantasma da ditadura do passado

COMPORTAMENTO
Antes de morrer, um trecho de “Ode à Alegria”

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Premiado em todo o mundo, o botânico inglês David Goodall, 104 anos, morreu como tanto desejou: suicídio assistido. O procedimento se deu na Suíça, na quinta-feira 10, uma vez que a Austrália, país no qual vivia, proibe esse método de colocar fim à existência. A Goodall foram dados barbitúricos sintéticos – os médicos só preparam a droga e a entregam ao “paciente”, que deve tomá-la por iniciativa própria. Goodall não portava nenhuma enfermidade, apenas restrições de mobilidade devido à idade. Na véspera de sua morte, ele reiterou que idosos deveriam ter direito ao suicídio assistido. Disse que estava feliz e solfejou o trecho final de “Ode à Alegria”, de Ludwig van Beethoven.

SURFE
Sem medo de tubarão

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Se você estivesse surfando e houvesse tubarão muito perto, você continuaria no mar? O Campeonato Brasileiro de Surfe foi paralisado na semana passada porque surgiram tubarões. O presidente do “Aqua-Rio”, Marcelo Szpilman, com o conhecimento do biólogo que é, não gostou: “tubarão é peixe como outro qualquer. Não vejo razão para medo”.

VENEZUELA
Se um Maduro atrapalha muita gente, dez Maduro atrapalham muito mais

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Os venezuelanos votarão para presidente no dia 20. Truque sujo de Nicolás Maduro para se reeleger: a cédula tem imagens dos candidatos com seus nomes. As fotos aparecem tantas vezes quantos são os partidos que os apoiam. Madurou criou dez partidecos só para ter dez vezes o seu rosto na cédula. Nos pontos de melhor visualização.

PALÁCIO DA ALVORADA
Marcela Temer salva Picoly

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A primeira-dama da República, Marcela Temer, passeava pelo Palácio da Alvorada com o filho, Michelzinho, e com o cachorrinho Picoly (raça jack russel terrier). De repente, Picoly saltou para as águas do Lago Paranoá, no trecho em que elas cortam o palácio. Embora, ali, o lago não seja profundo, ela temeu que o cão se afogasse (receio totalmente compreensível para qualquer pessoa que ame seu animal de estimação). Marcela pediu ajuda para uma agente, que não colaborou. Na sequência, ela mesma entrou no lago e retirou Picoly. O cão foi um presente do deputado Heráclito Fortes para Michelzinho. O fato aconteceu em abril, mas só foi divulgado na semana passada.

CIÊNCIA
A Terra existirá fervendo – mas nós, não

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Uma equipe de astrônomos de diversos países divulgou na revista “Nature Astronomy” um artigo apaixonante e revolucionário. O sol se extinguirá em cinco bilhões de anos e será uma “nebulosa planetária massiva” – ou seja, não desaparecerá, como acreditávamos. E nós, aqui na Terra? A Terra seguirá sua jornada, mas a espécie humana já terá sido “derretida”. Conforme o Sol for se tornando um ancião, ele ficará mais quente, e estima-se que daqui a dois bilhões de anos os oceanos de nosso planeta ferverão. “A Terra não será um lugar muito agragável”, ironiza Albert Zijlstra, professor de astrofísica na Universidade de Manchester, na Inglaterra.


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