Vinte e um corpos foram exumados no leste do Quênia desde a sexta-feira como parte de uma investigação sobre a morte de seguidores de uma seita cujo líder, preso na semana passada, teria recomendado um jejum para “conhecer Jesus”, declararam fontes policiais neste sábado (22).

Desde ontem, “no total, temos 21 corpos” na floresta de Shakahola (leste), declarou à AFP uma fonte policial, que pediu o anonimato, e explicou que as buscas continuam.

“Apenas arranhamos a superfície, o que está claro é que teremos mais corpos” após as buscas, acrescentou.

Outra fonte policial, que também pediu o anonimato, confirmou o balanço.

Uma das duas fontes mencionou a presença de pelo menos três crianças entre as vítimas.

Na semana passada, as autoridades encontraram os corpos de quatro adeptos da Igreja Internacional da Boa Nova (Good News International Church, em inglês), dirigida por Makenzie Nthenge.

Os investigadores intervieram na região após uma denúncia que apontava a existência de uma possível vala comum.

Outros 11 fiéis, sete homens e quatro mulheres de entre 17 e 49 anos, foram hospitalizados na semana passada após receberem ajuda na floresta de Shakahola.

O líder da seita, Makenzie Nthenge, compareceu à polícia em 15 de abril, antes de ser detido.

Uma fonte policial afirmou que Nthenge iniciou uma greve de fome e que “está orando e jejuando” enquanto permanece preso.

Segundo a imprensa local, seis seguidores de Makenzie Nthenge também foram detidos.

Em um relatório, a polícia indicou que recebeu informações sobre várias pessoas “mortas de fome com o pretexto de conhecer Jesus depois que um suspeito, Makenzie Nthenge, pastor da Igreja Internacional da Boa Nova, fez nelas uma lavagem cerebral”.

De acordo com a mídia local, Makenzie Nthenge tinha sido detido e indiciado no mês passado depois que duas crianças morreram de fome enquanto estavam sendo cuidadas por seus pais. No entanto, ele pagou uma fiança de 100.000 xelins quenianos (R$ 3.728) e foi liberado.

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