Elon Musk chama Moraes de ‘ditador’ em novo ataque contra ministro

Elon Musk chama Moraes de 'ditador' em novo ataque contra ministro

Elon Musk, proprietário da plataforma X, escalou nesta segunda-feira (8) sua diatribe contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil, Alexandre de Moraes, a quem acusa de “censura” na rede social e de ser um “ditador”.

A polêmica veio à tona no sábado, quando Musk iniciou uma série de ataques contra o ministro do STF, que combateu com suas decisões a desinformação na internet.

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Musk, que também é dono da empresa de carros elétricos Tesla e da aeroespacial SpaceX, disse que Moraes “traiu a Constituição” ao restringir a liberdade de expressão e “deveria renunciar ou ser destituído”.

Além disso, ameaçou desobedecer às ordens judiciais de bloquear perfis de usuários no X, que o empresário comprou em 2022.

Em resposta, Moraes disse no domingo que vai impor multas de R$ 100 mil diários por cada perfil bloqueado que o X reativar e ordenou a abertura de uma investigação contra Musk, o acusando de “instrumentalização criminosa” da plataforma conhecida anteriormente como Twitter.

O magnata sul-africano, de 52 anos, insistiu mais uma vez nesta segunda no X: “O que você diz @Alexandre? Vamos debater isso abertamente”.

Em outra mensagem, brinca ao se colocar como o psicanalista de Moraes. “Diga-me, Alexandre, a desinformação está no quarto com a gente agora?”, escreveu Musk, em referência a um conhecido meme.

Mais tarde, Musk voltou a atacar Moraes: “Como foi que @Alexandre de Moraes se tornou o ditador do Brasil? Ele tem Lula na coleira”.

“A lei vale para todos, incluindo para @Alexandre. Ele deveria estar sendo julgado por seus crimes”, escreveu na rede social.

No ano passado, o magnata desafiou para uma luta o proprietário do Facebook, Mark Zuckerberg, um de seus principais concorrentes.

Aos 55 anos, Moraes é um dos 11 ministros do STF e preside o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ele já determinou o bloqueio de perfis nas redes sociais, especialmente de simpatizantes do ex-presidente Jair Bolsonaro (2019-2022).

Repercussão dos ataques no Brasil

Políticos de direita, incluindo deputados federais, publicaram um manifesto em defesa de Musk e pedindo a destituição de Moraes. A hashtag “Impeachment” chegou aos “trending topics” do X no Brasil.

Mas outras personalidades saíram em sua defesa.

O presidente do STF, Luis Roberto Barroso, advertiu em um comunicado que “toda e qualquer empresa que opere no Brasil está sujeita à Constituição Federal, às leis e às decisões das autoridades brasileiras”.

Barroso afirmou que o Brasil atravessou “uma luta de vida e morte pelo Estado Democrático de Direito e contra um golpe de Estado” durante e depois das eleições presidenciais de 2022, que Bolsonaro perdeu por margem bem pequena para Luiz Inácio Lula da Silva.

Bolsonaro é investigado por supostamente ter preparado um golpe de Estado para permanecer no poder.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, rechaçou a classificação de “censura” e instou os legisladores a regularem as redes sociais para evitar que pessoas abusem das plataformas para “manipular desinformação, disseminar ódio, violência, ataques a instituições”, em comentários publicados pelo site G1.