O ELN pediu nesta terça-feira (30) ao governo colombiano para pactuar um novo cessar-fogo diante da suspensão dos diálogos de paz, ordenada pelo presidente Juan Manuel Santos, em repúdio a atentados lançados por esta guerrilha.
A organização “espera que o governo compareça ao encontro de amanhã, quarta-feira, 31, em Quito, para reiniciar as conversas e fruto delas, pactuar um novo e melhor cessar-fogo bilateral”, destacou em um comunicado o chefe de negociações, Pablo Beltrán.
Sem se referir diretamente aos ataques deste final de semana a três postos policiais no norte da Colômbia, que deixaram sete policiais mortos e dezenas de feridos, os rebeldes afirmaram que “estão respondendo a ofensiva militar” ordenada pelo governo.
Os ataques levaram o presidente Santos a congelar na segunda-feira os diálogos de paz celebrados em Quito há um ano.
Com suas posições, ambas as partes evitam assumir a responsabilidade de um fracasso cada vez maior das negociações de paz para acabar com um guerra mais de meio século após a assinatura, em novembro de 2016, de um acordo entre o governo e os comunistas das FARC.
Para Ariel Ávila, analista da Fundação Paz e Reconciliação, “o processo de paz está agonizando. A única coisa que o salva é uma jogada audaciosa do ELN, como, por exemplo, anunciar um cessar-fogo unilateral, mas hoje o ELN fecha a porta e diz que tudo será bilateral, então isso fica congelado e morrendo pouco a pouco”.
Analistas concordam com essa dificuldade de negociar com o ELN, que conta com 1.800 combatentes, por sua estrutura federada que concede autonomia militar a suas frentes.
As negociações estavam suspensas desde que chegou ao fim, em 10 de janeiro, a primeira trégua bilateral, e o grupo guevarista retomou seus ataques contra a força pública e a infraestrutura petroleira.
Desde então, intensificou-se o enfrentamento entre as partes.
Em seu comunicado, o primeiro desde o ocorrido no final de semana, a guerrilha assegura que continua apostando em “baixar a intensidade do conflito pactuando um novo cessar-fogo”.
O ELN acusa o governo pelo aumento da intensidade do conflito durante a primeira trégua, durante a qual as duas partes se acusaram mutuamente de descumprimentos.
A organização guevarista afirmou que “a conquista militar de áreas onde o ELN estava durante a trégua e a recusa do governo em considerar que tais operações ofensivas violaram os acordos, obrigaram-nos a retirar em 15 de dezembro o mecanismo de verificação do acordo de suspensão do conflito.