A Eletrobras não está disposta a comprar, neste momento, a energia excedente da hidrelétrica de Belo Monte. A estatal federal, que é dona de metade da usina, com uma participação de 49,98%, tem sido pressionada pelos demais acionistas da concessionária Norte Energia a fechar o negócio.

O jornal O Estado de S. Paulo apurou que, para a diretoria da Eletrobras, o momento atual não é o mais adequado para a estatal exercer seu “direito de preferência” na aquisição de sobras de energia que a concessionária não venha a negociar no chamado “mercado livre”, onde são comercializadas a energia para grandes consumidores que não atuam no “mercado regulado”, onde estão os consumidores domésticos.

A negociação se dá em torno dos demais sócios da hidrelétrica paraense, os fundos Petros (10%) e Funcef (10%), Neoenergia (10%), Cemig/Light (9,77%), Vale/Cemig(9%), Sinobras (1%) e J.Malucelli Energia (0,25%).

De acordo com os contratos de venda de energia, 70% de sua geração tem como destino o mercado regulado, 10% os autoprodutores (sócias do empreendimento que consomem a energia em suas operações) e 20% para o mercado livre. É sobre essa última fração de energia que se discute a possibilidade de compra pelo Eletrobras.

Belo Monte deu início dias atrás à geração de energia. Quando estiver a plena carga, no fim de 2019, estará apta a gerar, no pico, 11.233 megawatts (MW). Na média, sua geração anual é projetada em 4.571 MW.

Desde o início do projeto, em 2010, foram investidos R$ 30,6 bilhões na usina. Apenas em 2015, o valor chegou a R$ 9,1 bilhões, 11% superior aos R$ 8,2 bilhões investidos em 2014.

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Considerando os empréstimos e financiamentos do BNDES, chega-se a um total de R$ 23,4 bilhões injetados pelo banco público nos últimos quatro anos.


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