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As fotos oficiais de posse e despedida de presidentes da República mostram mudanças comuns a líderes do mundo inteiro. Ao assumir o posto, os cabelos são grisalhos e as rugas estão discretas. Ao deixá-lo, a cabeça já é branca e os sulcos faciais se aprofundaram. O novo presidente Michel Temer ainda precisará esperar dois anos para conferir se também sucumbiu às modificações. Mas já decidiu quem são aqueles que compartilharão com ele de sua missão frente à presidência da República. É a equipe dos escudeiros mais próximos, aqueles que aconselham o mandatário nas mais diferentes áreas, e que serão os responsáveis por levar adiante os projetos desenhados pela administração. O ministro da Casa Civil Eliseu Padilha, o cientista político Gaudêncio Torquato, o ministro da Secretaria de Governo Geddel Vieira Lima, o ministro da Fazenda Henrique Meirelles, o ministro das Relações Exteriores José Serra, o advogado José Yunes, o secretário do Programa de Parcerias de Investimentos Moreira Franco e o senador peemedebista Romero Jucá. Mais do que apenas aliados, essas espécies de gurus viverão os mesmos estresses do presidente, e merecerão, da mesma forma, ter seus retratos conferidos em 2018.

Trabalho conjunto

Cada um dos cabeças preenche um espaço significativo na agenda de Temer. O conhecimento da Câmara dos Deputados de Geddel Vieira Lima, o ministro que cuida da articulação política, não tem paralelos na gestão, por exemplo. José Serra foi fundamental na aproximação com o PSDB e está cumprindo ao pé da letra os desejos do presidente nas relações exteriores. Já Eliseu Padilha desfruta de confiança praticamente universal dentro do Palácio do Planalto. Fazedor de tudo, coordena ações da presidência em várias esferas e é o principal arquiteto responsável pelo legado que Temer planeja deixar daqui para frente. Outra peça fundamental no xadrez ministerial é Henrique Meirelles. Sua responsabilidade, no entanto, é um pouco maior do que a dos outros, porque ele leva nas costas o peso de consertar a economia, área crítica para o governo. Nomes importantes incluem ainda Moreira Franco, que tocará os projetos de infraestrutura do País, e Romero Jucá, principal interlocutor da gestão no Senado, onde o presidente acaba de conquistar sua maior vitória. Em São Paulo, destacam-se Gaudêncio Torquato, cientista político, e José Yunes, advogado, que possuem relação mais íntima com Temer. Debatem sobre política, claro, mas falam ainda de assuntos da esfera pessoal.

“Cada um em sua área, algumas relações recentes, outros, amigos
de longa data, mas todos dividem parte das tarefas com Temer”

Esse time de luminares será responsável pelo maior dos desafios da administração: o de manter em alta a popularidade do Planalto, mesmo adotando medidas impopulares. Reformas como a fiscal e a tributária podem deixar um gosto amargo na boca da população, mas são vistas como um remédio necessário para melhorar a saúde financeira da nação. Uma mini reforma política que está no forno também possui o potencial de agitar protestos de rua, liderados principalmente pela nova oposição e pelas organizações de esquerda. A fórmula mágica, no entanto, está no bolso dos brasileiros. Correligionários do presidente consideram que ajustes fiscais podem provocar forte descontentamento no curto prazo, mas que a imagem de Temer ficará no positivo caso ele recoloque a economia nos trilhos. O desafio para isso é convencer o Congresso, que, ao mesmo tempo em que afastou Dilma, não cassou os direitos eleitorais da petista. Para isso, o 37º. presidente brasileiro poderá contar com a ajuda do seu esquadrão de choque, que, assim como assumirá os desafios, irá colher os louros com ele. E posará ao seu lado na foto, ao fim do mandato.

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