Em um período de alta de combustíveis, uma boa notícia para os consumidores. A montadora chinesa Great Wall Motors (GWM) vai abrir a primeira empresa de carros totalmente elétricos da América Latina, em Iracemápolis, a 386 km da capital paulista. A empresa já começou a adequar o antigo prédio da Mercedes-Benz e anunciou investimentos de R$ 10 bilhões – sendo que, até 2025, serão gastos 40% desse valor. A previsão é de que a empresa gere 2 mil postos de trabalho, necessários para a produção de 100 mil veículos híbridos e totalmente elétricos por ano.

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“No fim de 2022 chegam os primeiros modelos fabricados na China e que serão exportados para o Brasil. Parece muito tempo, mas primeiro temos de montar uma rede de revenda e de assistência técnica”, diz Pedro Betancourt, diretor da GWM. “Os modelos nacionais devem chegar ao mercado no segundo trimestre do ano que vem.” A empresa está desenhando modelos especiais para o Brasil, que ainda não estão prontos. Serão provavelmente um SUV e uma picape. “Estamos trabalhando com carros sofisticados. Os utilitários terão tecnologia de reconhecimento facial”, afirma.

A má notícia é que a empresa não chega para preencher a lacuna de carros elétricos populares. A GWM vai brigar com outras montadoras como a Lexus, divisão de luxo da Toyota, com sede no Japão, que produz o UX 250h, um SUV híbrido. No Brasil, o modelo custa R$ 250 mil. O médico Iuzo Yokobataque, de 50 anos, comprou o Lexus pouco antes da pandemia. “Era o modelo mais simples de todos, mas achei importante ter um veículo sustentável. Na cidade, ele funciona muito bem e anda praticamente com a energia da bateria. Na estrada, com a velocidade mais alta, roda com gasolina”, conta.