Eleitores venezuelanos vão às urnas para decidir presidente

CARACAS, 28 JUL (ANSA) – Em uma eleição marcada pela imprevisibilidade e cercada de suspeitas, os venezuelanos vão às urnas neste domingo (28) para decidir quem será o próximo presidente do país.   

O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) habilitou mais de 15,7 mil centros de votação e 30 mil mesas de voto, que funcionarão das 6h às 18h, pelo horário local (7h-19h, em Brasília). Ao todo, mais de 21 milhões de pessoas poderão votar, mas a participação não é obrigatória na nação.   

Nicolás Maduro, atual chefe de Estado, concorre à reeleição e pretende garantir seu terceiro mandato. No entanto, o político precisará passar pelo ex-embaixador Edmundo González, candidato apoiado pela vencedora das primárias da oposição, María Corina Machado, impedida pela Justiça de disputar o pleito.   

O mandatário, que aparece atrás do adversário nas pesquisas eleitorais, depositou seu voto logo após a abertura das urnas e garantiu que “vai respeitar” o resultado das eleições. O líder chavista também afirmou que o sistema eleitoral venezuelano é o “mais seguro”.   

“Chegou o lindo dia, para Chávez, para o povo, para a Revolução Bolivariana e para a vitória da paz. Ao toque de Diana Carabobo vamos aos centros eleitorais. Vamos votar na Venezuela!”, disse Maduro.   

Machado, por sua vez, pediu para que os eleitores compareçam às urnas em família, mas com “força, alegria e convicção”.   

Nas redes sociais, vídeos e fotos mostram uma participação massiva, já que grandes multidões podem ser vistas em frente às assembleias de voto. Diversos eleitores começaram a fazer fila durante a noite, horas antes da abertura das seções.   

“Temos feito todo o possível para que esta transparência seja transmitida a cada um dos candidatos. Temos tudo pronto para que o verdadeiro dono da Venezuela se expresse, que é o seu povo”, disse Elvis Amoroso, presidente da CNE.   

A campanha eleitoral no país foi curta, mas extremamente intensa, pois Maduro, González e Machado percorreram o território inteiro com o objetivo de convencer os venezuelanos, especialmente os jovens, de que representam a mudança necessária para a nação.   

O herdeiro do chavismo, de 61 anos, prometeu transformar “a Venezuela em uma potência com paz e estabilidade”, enquanto González, de 74, deseja “um país de reconciliação e de encontro, onde todos serão bem-vindos”.   

As eleições, recheadas de alertas sobre possíveis irregularidades, contarão com mais de 600 observadores, incluindo especialistas das Nações Unidas, do Centro Carter e da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), entre outros.   

A lei eleitoral na nação proíbe a divulgação de pesquisas de boca de urna ou de resultados parciais. Com isso, os resultados só vão sair após a apuração total, o que pode acontecer na noite de domingo (28), na madrugada de segunda-feira (29), ou até mesmo mais além. (ANSA).