Ex-prefeito do Rio de Janeiro e nome forte à frente da realização dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016, Eduardo Paes afirma que, se eleito novamente para o cargo, colocará em execução o plano de legado olímpico que deixou para as instalações sob responsabilidade do município, e fala em dar prosseguimento ao desenvolvimento esportivo que, segundo ele, foi paralisado pelo atual ocupante da cadeira, Marcelo Crivella.

Quinto entrevistado do especial do LANCE! sobre as eleições municipais na capital fluminense, o político traçou como algumas de suas prioridades no setor recuperar as Vilas Olímpicas, dar prosseguimento aos Ginásios Experimentais Olímpicos (GEOs) e retomar o programa Rio Em Forma, que oferecia opções de esporte para a população jovem mais carente.

Para realizar esta série, o L! enviou dez perguntas – iguais, para todos os concorrentes que vêm fazendo campanha – a respeito dos seus projetos e desafios com os quais se depararão no esporte na Cidade Maravilhosa.

A publicação é diária e em ordem alfabética. Na próxima segunda-feira, o candidato Fred Luz (NOVO) discorrerá sobre os desafios em torno do esporte no Rio e suas propostas para o setor.

LANCE!: Por que deseja se candidatar à Prefeitura do Rio de Janeiro?

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Eduardo Paes: O desejo de transformar e melhorar a vida das pessoas, tornar melhor o lugar onde moramos, foram as motivações que me levaram escolher a vida pública. Além disso, todo mundo sabe, não preciso nem tecer críticas ao atual prefeito, que o Rio vai muito mal em todos os serviços destinados à população. Evidente que o Brasil passa por um momento muito difícil, temos também a pandemia, mas essa situação de abandono, de não funcionamento dos serviços públicos, vem há muito mais tempo e não começou em 2020. E não dá para assistir de camarote a cidade perdendo empregos, a falência do sistema de Saúde, sem fazer nada. O slogan da minha campanha reflete bem o meu espírito para encarar de novo esse desafio: “É mais que trabalho. É amor ao Rio”. Não podemos ter outro aventureiro e incompetente sentado na cadeira da prefeitura. Já mostrei que tenho capacidade, realizei e afirmo que o meu melhor governo está por vir.

L!: Qual será a relevância do esporte em seu plano de governo? Haverá alguma preocupação com o desenvolvimento do setor nas categorias de base e de alto rendimento?

Nas minhas duas gestões valorizei o esporte. Depois de passarmos pelo ciclo virtuoso dos grandes eventos, precisamos dar prosseguimento ao desenvolvimento esportivo que foi paralisado pelo atual prefeito. Deixei a cidade pronta para continuar a avançar esportivamente e se beneficiar dos reflexos esportivos em todos os setores: economia, saúde, educação. De imediato, precisamos recuperar as Vilas Olímpicas, dar prosseguimento aos Ginásios Experimentais Olímpicos (GEOs), e retomar o programa Rio Em Forma – que oferecia opções de esporte para a população jovem mais carente. São que servem de base para ofertar educação, criar cidadãos, além de revelar atletas que poderão chegar ao alto rendimento.

L!: Qual será o critério para a escolha do seu secretário de esportes, se houver?

Será o mesmo critério que uso para a escolha de todos os meus secretários: alguém que possa exercer o cargo com competência e eficiência.

L!: Caso eleito, o senhor lidará com os impactos da pandemia de Covid-19. Qual é o seu planejamento para assegurar que a população possa gradativamente retomar suas atividades físicas com segurança em relação aos índices do vírus?

Em meu plano de governo tem uma série de ações que serão implementadas logo nos primeiros 100 dias. Vamos rever as regras de prevenção ao vírus, pensando na segurança das pessoas para tomar decisões com embasamento científico. Faremos isso ao mesmo tempo que preparamos as Clínicas da Família para a campanha de vacinação contra COVID-19 e iniciaremos as ações voltadas para o programa de assistência e apoio à saúde mental, com o objetivo de reduzir imediatamente a atual epidemia de depressão e ansiedade decorrentes da pandemia. E qualquer retorno, seja para a retomada das aulas ou às atividades físicas, será feito de acordo com as recomendações científicas.

L!: Pensa em promover campanhas de incentivo para que as pessoas do “grupo de risco” façam exercícios físicos em suas residências?

Sempre promovi campanhas de incentivo à prática de exercícios seja em ambientes fechados ou abertos, independentemente de ter pandemia ou não. E no meio dessa pandemia se manter ativo é essencial. Por isso, no meio dessa grave situação de saúde que enfrentamos, as pessoas precisam ser incentivadas à prática de exercícios dentro de casa.

L!: A pandemia afetou sensivelmente a rotina dos grandes clubes cariocas. Acredita que a Prefeitura possa contribuir de alguma forma para que as agremiações se recuperem economicamente? Como?

A parceria com os clubes de futebol é de fundamental importância porque eles têm um poder de atração grande, principalmente, entre crianças e jovens. Além disso, possuem estrutura e pessoal qualificado para o desenvolvimento das atividades para a população. E é no estabelecimento desse tipo de parceria que prefeitura e clubes poderão se beneficiar mutuamente.

L!: Como pretende traçar o planejamento para a volta de público aos estádios e ginásios na cidade?

Vou seguir o mesmo critério para a retomada de qualquer tipo de atividade: a ciência. Se os meios científicos disserem que é possível a volta do público aos estádios ou ginásios, a prefeitura vai ajudar dando o suporte necessário para que o retorno aconteça de forma segura.

L!: Qual é a opinião do senhor sobre a construção de um autódromo na Floresta do Camboatá, considerada o último remanescente de Mata Atlântica em terras planas na cidade, para receber grandes eventos do automobilismo, como a Fórmula 1?

Acredito que o autódromo possa ser construído em outro lugar e não necessariamente na Floresta do Camboatá. A ideia de trazer a Fórmula 1 novamente para o Rio e erguer um autódromo na cidade tem todo o meu apoio. Mas de fato, a floresta do Camboatá não é o melhor lugar. Por exemplo, temos uma área em Guaratiba, que precisamos evitar o adensamento populacional excessivo. Então, existem outras opções.

L!: Como o senhor avalia a gestão do legado olímpico? Se eleito, quais os planos para uso das instalações olímpicas que estão sob gestão da prefeitura, como a Arena Carioca 3 e o Parque Radical de Deodoro?


A não utilização dos equipamentos olímpicos é mais uma demonstração da falta de competência do prefeito Crivella. Ao sair da prefeitura, deixei um plano de legado para a utilização desses equipamentos justamente para evitar que se transformassem em elefantes brancos, mas o atual prefeito mais uma vez fez com eles o que fez com toda a cidade: os deixou abandonados. Uma das metas do meu plano de governo é, por exemplo, investir na atração de novos eventos até para estimular o fluxo de turistas na cidade. O Rio é uma cidade olímpica, construiu equipamentos maravilhosos que tanto podem ser usados esportivamente quanto para a realização de shows e eventos, mas isso hoje não acontece porque quem comanda a cidade não tem a capacidade de tirar proveito desse legado.

L!: Qual deve ser o modelo de gestão do Maracanã e dos equipamentos esportivos no seu entorno?

O modelo de gestão do Maracanã deve ser decidido pelo governador do Estado. Não compete ao prefeito, neste momento, intervir nesta questão. O que compete à prefeitura posso garantir que voltarei a fazer com excelência: fornecer toda a infraestrutura necessária para a realização de eventos ou partidas, com a participação da Comlurb, CET-RIO e a Guarda Municipal.

BATE-BOLA

Pratica ou praticou algum esporte?
Pedalo, quando possível.

Time de coração: Vasco da Gama

Ídolo no esporte: Ayrton Senna

Qual é sua lembrança mais forte ligada ao esporte?
A realização dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos no Rio 2016.

Qual legado pretende deixar à cidade do Rio de Janeiro na área do esporte?
O maior legado que posso deixar é aquele que já iniciei ao realizar os Jogos Olímpicos e Paralímpicos em 2016. Agora, preciso colocar em execução o Plano de Legado Olímpico que deixei pronto e o prefeito Marcelo Crivella não teve competência para executar.

QUEM É ELE

Nome completo: Eduardo da Costa Paes
Data e local de nascimento: 14/11/1969 – Rio de Janeiro (RJ)
Vice: Nilton Caldeira (PL)
Ocupação declarada: Outros
Valor total de bens declarados: R$478.358,42


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