Os argentinos irão para as urnas neste domingo, 22, escolher o próximo presidente do país. Ao todo, cinco candidatos concorrem ao cargo no primeiro turno. Porém três nomes têm se destacado no decorrer da disputa.

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Em agosto deste ano, houve as primárias, que são consideradas uma espécie de ensaio para o que pode acontecer no primeiro turno e também possuem o objetivo de tirar da disputa os candidatos “nanicos”.

O resultado das primárias foi quase um empate triplo entre o deputado federal populista Javier Milei (29,86%), a ex-ministra de Segurança de Macri Patricia Bullrich (28%) e o ministro da Economia Sergio Massa (27,27%).

Veja os três perfis:

Javier Milei

Javier Milei foi goleiro das categorias de base do clube Chacarita, cantou em uma banda de rock chamada Everest e estudou economia. Durante a pandemia de Covid-19, ele participou de manifestações contra a quarenta. Além disso, o candidato envolveu-se em algumas polêmicas como dizer que a venda de órgãos humanos deveria ser um mercado como os demais, que a moeda argentina não deveria valer “nem excremento” e os impostos são “um entrave para a liberdade”.

Propostas: diminuir o tamanho do Estado, reduzir os ministérios de 18 para oito, retirar os fundos do Conicet (autarquia que financia pesquisa científica na Argentina), acabar com o Banco Central argentino e reverter a lei que permite o aborto nas primeiras 14 semanas de gestação. Apesar de ele falar sobre a dolarizarização da economia, isso não encontra-se no seu plano de governo.

Patricia Bullrich

Já Patricia Bullrich é uma candidata da direita tradicional e ataca o seu adversário populista dizendo que suas ideias são perigosas e ruins. “Nem mesmo a equipe dele acredita em suas ideias. Não dá para dolarizar a economia sem dólares, para levar a Argentina para frente é preciso trabalhar com ideias claras”, afirmou durante um evento de encerramento de campanha.

Propostas: zerar o déficit fiscal, dar autonomia ao Banco Central, adotar um política cambial na qual tanto o peso quanto o dólar valeriam, fazer uma reforma trabalhista, mudar os regimes de pena para menores de idade de cometerem crimes, criar uma prisão de segurança máxima com o nome da vice-presidente Cristina Kirchner, diminuir o número de ministérios e a quantidade de cargos políticos.

Sergio Massa

Sergio Massa iniciou a sua carreira política no partido conversador UCeDé. Depois, migrou para o peronismo e foi eleito deputado federal em 1999. Anos mais tarde, conseguiu um cargo no Ministério da Economia e acabou tornando-se um aliado do presidente Nestor Kirchner.

Durante as eleições de 2019, a esquerda argentina fez uma grande aliança na qual Alberto Fernández foi eleito presidente com Cristina Kirchner como vice, e Sergio acabou elegendo-se deputado novamente. Com dificuldade para conter a inflação, o governo decidiu nomear Massa para o comando do Ministério da Economia, cargo que ocupa até hoje.

Propostas: recuperar o poder aquisitivo das famílias, distribuir gratuitamente os remédios, incluir de alguns direitos nas leis trabalhistas, criar políticas para amenizar as emissões de gases do efeito estufa, fortalecer as empresas estatais, estabilizar a economia e realizar uma reforma tributária para simplificar a arrecadação.

Os outros dois candidatos Juan Schiaretti e Myriam Bregman também se qualificaram para a disputa no primeiro turno, mas encontram-se muitos atrás dos três principais.