O pré-candidato republicano à Casa Branca Donald Trump venceu nesta terça-feira as primárias do partido Republicano nos estados da Pensilvânia, Maryland, Connecticut, Rhode Island e Delaware, enquanto a aspirante democrata Hillary Clinton ganhou em Maryland, Delaware, Pensilvânia e Connecticut, segundo as TVs americanas.

Clinton perdeu para o senador Bernie Sanders apenas em Rhode Island.

Trump e Hillary Clinton são os francos favoritos para conseguir a indicação de seus partidos à eleição presidencial de novembro.

Matematicamente, Hillary e Trump não ultrapassaram nesta terça-feira a maioria necessária de delegados para obter a indicação de seus partidos, mas deram mais um passo em direção a sua meta.

Após as cinco vitórias, Trump afirmou já se sentir como o “indicado” do partido Republicano para as eleições presidenciais de novembro.

“Esta foi, para mim, a maior das noites. Já me considero o indicado, absolutamente. O senador (Ted) Cruz e o governador (John) Kasich deveriam abandonar suas campanhas. Não têm mais um caminho para vencer. Agora devemos pensar no partido Republicano”.

“Estou ganhando. No que me diz respeito, isto já acabou, estes dois não podem mais vencer”.

“A melhor maneira de vencer o sistema é com noites como esta (…), quando um boxeador leva o outro ao nocaute e não tem que esperar pela decisão” dos juízes.

Na Filadelfia, onde o partido democrata realizará sua convenção de 25 a 28 de julho, Clinton se mostrou confiante em obter o apoio dos eleitores de Sanders “para unificar o nosso partido e vencer esta eleição” presidencial.

“Há muito mais coisas que nos unem do que coisas que nos dividem”, disse Clinton fazendo um apelo aos democratas, independentes e até republicanos para enfrentar “candidatos do outro lado que ameaçam direitos e colocam uns contra os outros”.

Clinton já tem mais de 2 mil delegados, contra apenas 1.300 de Sanders, segundo a rede CNN, que inclui os 500 chamados “super-delegados” (funcionários e figuras do partido). São necessários 2.383 delegados para garantir a indicação democrata.

Entre os republicanos, o senador Ted Cruz e o governador de Ohio, John Kasich, anunciaram uma “aliança” para impedir que Trump consiga o número mínimo de delegados. O objetivo é forçar uma convenção “aberta”. Nessa situação, é necessário buscar uma solução negociada em torno de um nome de apoio majoritário.

Segundo o surpreendente acordo, Kasich não fará campanha em Indiana, que vota em 3 de maio, e Cruz devolverá o favor depois no Novo México e Oregon para tentar tirar vitórias de Trump nestes estados.

No lado democrata, a vantagem da ex-secretária de Estado aumenta as pressões no partido para que o senador Sanders jogue a toalha. A decisão liberaria Hillary para se dedicar à segunda e decisiva fase da corrida pela Casa Branca.

Sanders já antecipou que não pretende interromper sua campanha pelo menos até as primárias de Califórnia, previstas para 7 de junho.

– Estratégia –

Trump, que denunciou um sistema de designação de delegados manipulado, respondeu ao acordo entre Cruz e Kasich com sua habitual retórica incendiária, acusando a dupla de montar uma estratégia desesperada descrita por ele como um conluio.

“Se uma pessoa faz coluio nos negócios ou no mercado de ações, a colocam na prisão. Mas na política, porque é um sistema distorcido e uma empresa corrupta, permitem que ela faça isso”, disse Trump na segunda-feira em Rhode Island.

No Twitter, Trump afirmou nesta terça que o acerto entre Cruz e Kasich “é uma piada que não funcionou, não foi respeitada e está praticamente morta. Algo muito estúpido”.

O magnata nova-iorquino expressou confiança de que vencerá a disputa “no primeiro round”, evocando uma vitória por nocaute. “É a única coisa que nos importa”, disse.

Com a vitória nos cinco estados nesta terça, Trump obtém um importante impulso para chegar aos 1.237 delegados necessários para declarar a vitória absoluta na convenção republicana em Cleveland.

Até esta terça, Trump somava 846 delegados, segundo a rede CNN.

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