LONDRES, 7 MAI (ANSA) – Os britânicos foram às urnas nesta quinta-feira (6) para a primeira votação depois do Brexit e do início da pandemia de Covid-19, em uma eleição considerada um teste importante para o governo conservador do primeiro-ministro Boris Johnson.   

No dia chamado de “Superquinta” devido ao elevado número de eleições acumuladas, as urnas foram abertas em vários territórios do Reino Unido. Ao todo, 48 milhões de eleitores estavam elegíveis para escolher 5 mil vereadores de 143 assembleias regionais na Inglaterra, o prefeito de Londres, os Parlamentos regionais de Gales e da Escócia, além de outras autoridades locais.   

A votação já foi encerrada e os resultados devem ser divulgados até o próximo fim de semana. Este é o primeiro dia com votações importantes desde a eleição do Partido Conservador que levou Johnson ao poder em 2019.   

O resultado do pleito na Escócia é um dos mais aguardados, já que determinará se haverá um novo referendo para decidir se o país continuará fazendo parte do Reino Unido, que é formado pela Inglaterra, País de Gales, Irlanda do Norte e Escócia.   

Neste último território, os separatistas do Partido Nacional Escocês (SNP), liderados pela primeira-ministra local, Nicola Sturgeon, pretendem fortalecer ainda mais a sua liderança e possivelmente obter a maioria absoluta na corrida pela renovação do Parlamento de Edimburgo, a fim de obter apoio para estimular sua reivindicação de um segundo referendo de autodeterminação.   

Johnson, por sua vez, se recusa a ceder e já disse que é contra a realização de um novo referendo de separação, que é o principal tema da votação em que serão escolhidos 129 parlamentares.   

Em 2014 já foi realizado um pleito de independência na região.   

Na ocasião, a decisão de permanecer no Reino Unido venceu com 55,3% dos votos.   

No entanto, a premiê alega que a Escócia foi retirada da União Europeia (UE) contra a sua vontade e, se ganhar uma maioria absoluta, exigirá poderes legais para um referendo sobre a independência escocesa até o final de 2023.   

O SNP provavelmente vencerá um quarto mandato, mas as pesquisas mostraram uma recente queda no apoio.   

Outras eleições – As eleições locais também são vistas como um teste para o premiê britânico e seu Partido Conservador, assim como para o novo líder da oposição trabalhista, Keir Starmer, cujo partido participa de um pleito pela primeira vez desde que ele assumiu em abril de 2020, após a derrota histórica de seu antecessor Jeremy Corbyn um ano anterior.   

Em Londres, por sua vez, os trabalhistas parecem ser favoritos com Sadiq Khan, filho de imigrantes paquistaneses e primeiro prefeito muçulmano da capital. A expectativa é de que ele supere o rival conservador Shaun Bailey, britânico de origem jamaicana.   

Já no País de Gales, serão escolhidos 60 deputados da Assembleia regional autônoma, cujo resultado ditará o respectivo governo.   

Os eleitores foram aconselhados a votar por correspondência, mas quem preferiu votar pessoalmente precisou usar máscara, cumprir as regras de distanciamento social e levar a sua própria caneta ou lápis. (ANSA)