A abstenção recorde nas eleições legislativas greco-cipriotas deixaram, neste domingo, um novo Parlamento fragmentado, com a entrada pela primeira vez de um partido de ultradireita, após três anos de dificuldades econômicas e de escândalos de corrupção.

Os resultados definitivos dão a vitória ao DISY (direita), partido no poder e principal força do Parlamento em final de mandato, com 30% dos votos. Já o principal partido da oposição, o Akel (comunista), obteve 25% dos votos.

Com 3,7% dos votos, o partido de extrema direita Elam conquistou dois assentos e entrou, pela primeira vez, no Parlamento. Esse partido defende o golpe de Estado nacionalista de 1974, o qual buscava incorporar a ilha à Grécia e que provocou a invasão do norte do território pela Turquia.

Apenas 67% dos cerca de 500 mil eleitores registrados foram às urnas, segundo o órgão responsável. Trata-se de uma taxa de abstenção recorde (33%) em um país onde o voto é obrigatório. Nas eleições legislativas de 2011, a abstenção foi de 21%.

Com isso, os nanicos acabaram se favorecendo. Ao todo, oito partidos vão dividir as 56 cadeiras da Casa, três a mais do que na legislatura atual.

Logo cedo, o presidente Nicos Anastasiadis pediu à população que fosse às urnas votar.

“Convoco cada um a exercer seu direito de eleger um partido e um candidato. Quem se abstiver, depois não terá direito de reclamar”, declarou, após depositar seu voto na urna.

Depois do anúncio dos resultados, Anastasiadis não escondeu sua preocupação com a alta abstenção.

“A decisão de muitos eleitores de se abster deveria preocupar todos nós”, lamentou.

Os dois principais partidos – DISY e AKEL – passaram a maior parte da campanha tentando convencer os eleitores a votar.

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